ATA DA SEXAGÉSIMA SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 28.08.1998.

 


Aos vinte e oito dias do mês de agosto do ano de mil novecentos e noventa e oito reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e quinze minutos foi efetuada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Carlos Garcia, Clovis Ilgenfritz, Eliseu Sabino, Guilherme Barbosa, João Carlos Nedel, João Dib, José Valdir, Juarez Pinheiro, Luiz Braz e Pedro Américo Leal. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Anamaria Negroni, Antonio Hohlfeldt, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Décio Schauren, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Gerson  Almeida, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Motta, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Nereu D'Ávila, Pedro Ruas, Renato Guimarães, Sônia Santos, Tereza Franco e Jocelin Azambuja. Constatada a existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias das Atas da Sexagésima Terceira Sessão Ordinária e da Vigésima Sexta Sessão Solene, que deixaram de ser votadas face à inexistência de "quorum" deliberativo. À MESA foram encaminhados: pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador Carlos Garcia, 01 Pedido de Providências e as Indicações nºs 67 e 68/98 (Processos nºs 2588 e 2589/98, respectivamente); pelo Vereador Cyro Martini, o Projeto de Resolução nº 31/98 (Processo nº 2454/98); pelo Vereador João Carlos Nedel, o Projeto de Lei do Legislativo nº 127/98 (Processo nº 2555/98); pelo Vereador Jocelin Azambuja, 01 Pedido de Providências e os Pedidos de Informações nºs 114 e 115/98 (Processos nºs 2561 e 2562/98, respectivamente); pelo Vereador Sebastião Melo, o Projeto de Lei do Legislativo nº 123/98 (Processo nº 2500/98); pela Vereadora Tereza Franco, 01 Pedido de Providências. Ainda, foi apregoado o Ofício nº 369/98, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 28/98 (Processo nº 2606/98). Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 365, 366 e 367/98, do Senhor Prefeito Municipal; 1885/98, do Senhor Gilberto Chiapinotto, Superintendente de Negócios da Caixa Econômica Federal. A seguir, foram apregoados Requerimentos solicitando Licenças para Tratamento de Saúde, de autoria dos Vereadores Paulo Brum, para o período de vinte e sete a trinta de agosto do corrente, e Reginaldo Pujol, para o dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossados na vereança os Suplentes Leão de Medeiros, em substituição ao Vereador Paulo Brum, e Gilberto Batista, em substituição ao Vereador Reginaldo Pujol, informando que Suas Excelências integrarão as Comissões de Urbanização, Transportes e Habitação e de Constituição e Justiça, respectivamente. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor José Roberto Araújo, Presidente do Sindicato dos Taxistas de Porto Alegre - SINTAXI, que, tecendo considerações acerca do Projeto de Lei do Legislativo nº 103/98, de autoria da Vereadora Anamaria Negroni, que cria, em Porto Alegre, o Ponto Fixo de Apoio no serviço de transporte individual de passageiros, expôs o posicionamento do Sindicato que preside, favorável à aprovação deste Projeto. A seguir, o Senhor Presidente registrou comunicado da Diretoria Legislativa da Casa, informando que, a partir do dia trinta e um de agosto do corrente, os pronunciamentos dos Senhores Vereadores poderão ser acessados através da rede de informática (INTRANET), disponibilizados com a correção prévia do Setor de Taquigrafia, no dia seguinte ao da Sessão a que se referem. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 121, 122 e 116/98, este discutido pelo Vereador João Dib, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 16/98; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 04/98, discutido pelo Vereador Guilherme Barbosa, o Projeto de Lei do Legislativo nº 119/98, discutido pelos Vereadores Jocelin Azambuja, Adeli Sell, Guilherme Barbosa e Clovis Ilgenfritz; em 3ª Sessão, o Projeto de Resolução nº 32/98, discutido pelos Vereadores Adeli Sell, Guilherme Barbosa e Clovis Ilgenfritz. Na ocasião, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca das atividades a serem realizadas na Casa, relativas às comemorações dos duzentos e vinte e cinco anos da Câmara Municipal de Porto Alegre, e convidou a todos para a Sessão Solene a ser realizada hoje, às dezessete horas, para entrega do Prêmio Ciência e Tecnologia Mário Schenberg ao Professor Joaquim Blessmann. Também, o Vereador João Dib solicitou informações sobre a ordem de inscrição dos Senhores Vereadores para pronunciamentos no período de Pauta, tendo o Vereador Juarez Pinheiro prestado esclarecimentos acerca do assunto. Após, constatada a existência de "quorum", foi aprovado Requerimento do Vereador Henrique Fontana, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Cyro Martini, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Nereu D'Ávila reportando-se a artigo publicado no Jornal Zero Hora de hoje, de autoria do Jornalista Paulo Sant'Ana, intitulado "Crueldade com as farmácias", teceu considerações acerca da legislação vigente quanto à necessidade de permanência diária de profissional farmacêutico nas farmácias e drogarias, lamentando a forma como a questão vem sendo tratada pela vigilância sanitária do Município. Na oportunidade, através de Questão de Ordem, o Vereador Renato Guimarães, em nome da Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Casa, registrou ter recebido Ofício do Grupo Hospitalar Conceição, relativo a questionamentos suscitados pelo Vereador Paulo Brum, referentes ao processo licitatório de compra de cadeiras de roda pelo Governo Estadual. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Clênia Maranhão registrou denúncia efetuada à imprensa pelo Senhor José Lutzenberger, de corte de árvore localizada próximo à casa deste ambientalista. Teceu considerações acerca de pesquisa efetuada junto ao Ministério da Justiça, quanto à presença feminina nos cargos públicos. Ainda, defendeu a participação efetiva da Casa nos debates referentes à falsificação de medicamentos e à estrutura e funcionamentos das farmácias e drogarias do Brasil. O Vereador Jocelin Azambuja analisou aspectos do repasse de verbas públicas às Associações e aos Círculos de Pais e Mestres das escolas brasileiras, destacando a forma como tal repasse é efetuado em Porto Alegre. Ainda, comentou o sistema educacional através de ciclos, declarando que a implantação deste sistema representa "um retrocesso para a educação em nosso País". O Vereador Carlos Garcia ratificou pronunciamentos feitos anteriormente, acerca de atrasos no pagamento, pelo Governo Estadual, de parcelas das bolsas destinadas a incentivar o aprimoramento de atletas gaúchos, analisando as justificativas apresentadas para tais atrasos e o reflexo dessa situação junto ao meio esportivo gaúcho. O Vereador Gilberto Batista agradeceu ao Departamento Municipal de Água e Esgotos e à Secretaria Municipal do Meio Ambiente, por atenção recebida ao relatar problemas observados no Bairro Sarandi. Também, manifestou-se acerca de reportagem publicada no Jornal Zero Hora, no dia vinte e três de agosto do corrente, intitulada "A vida no lixo", solicitando manifestação da vigilância sanitária quanto a questões ali levantadas, relativas à criação de animais sem o devido controle pelos órgãos competentes. O Vereador Antonio Hohlfeldt discorreu sobre críticas efetuadas pelo Vereador Adeli Sell, divulgadas pela Rádio Guaíba, acerca da ausência de Vereadores em reuniões da Comissão Especial constituída para acompanhamento e análise do II Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental de Porto Alegre. Criticou nota distribuída no Campus Universitário de Cruz Alta, onde são feitas críticas ao Governo Federal, afirmando que essa nota apresenta agressões pessoais ao Presidente da República. A Vereadora Maria do Rosário referiu-se aos pronunciamentos dos Vereadores Jocelin Azambuja e Antonio Hohlfeldt, referentes ao repasse de verbas públicas para as Associações e Círculos de Pais e Mestres e à nota distribuída no Campus Universitário de Cruz Alta, onde é criticado o Senhor Fernando Henrique Cardoso. Ainda, registrou comício a ser realizado hoje, no Largo Glênio Peres, com a presença dos candidatos de seu Partido às eleições de outubro do corrente. A seguir, constatada a existência de "quorum", foi iniciada a ORDEM DO DIA e aprovado Requerimento verbal do Vereador Renato Guimarães, solicitando alteração na ordem de votação da matéria a ser votada apreciada. Em Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Resolução nº 11/98, por vinte e oito votos SIM, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Antonio Hohlfeldt, Antônio Losada, Carlos Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, João Dib, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Maria do Rosário, Nereu D'Ávila, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Renato Guimarães, Sônia Santos, Tereza Franco, Cyro Martini, Gilberto Batista, Jocelin Azambuja e Leão de Medeiros. Na oportunidade, o Senhor Presidente entregou ao Vereador Gerson Almeida documentação em resposta a Requerimento verbal formulado por Sua Excelência durante a Sexagésima Quinta Sessão Ordinária, relativo à reformulação paisagística dos jardins internos deste Legislativo. Foram aprovados Requerimentos dos Vereadores Paulo Brum e Maria do Rosário, solicitando que as Emendas nºs 01 e 02 ao Projeto de Lei do Executivo nº 15/98 (Processo nº 1354/98) sejam dispensadas do envio para apreciação de Comissões Permanentes. Ainda, foi apregoado Requerimento do Vereador Renato Guimarães, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando votação em destaque da Emenda nº 01 ao Projeto de Lei do Executivo nº 15/98. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Executivo nº 15/98 que, por determinação do Senhor Presidente, foi encaminhado para apreciação pela Comissão de Economia, Finanças e Orçamento da Casa, tendo os Vereadores João Dib, Juarez Pinheiro, Renato Guimarães e Guilherme Barbosa manifestado-se acerca do assunto. Em Votação Nominal, 2º Turno, foi rejeitado o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 03/96, considerando-se prejudicada a Emenda nº 01 a ele aposta, por quatro votos SIM e quatorze votos NÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores João Dib, Juarez Pinheiro, Cláudio Sebenelo, Elói Guimarães e Luiz Braz, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Guilherme Barbosa, Juarez Pinheiro e Nereu D'Ávila e Não os Vereadores Anamaria Negroni, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Fernando Záchia, Hélio Corbellini, João Carlos Nedel, João Dib, Luiz Braz, Pedro Américo Leal, Sônia Santos, Tereza Franco, Gilberto Batista, Jocelin Azambuja e Leão de Medeiros. Na oportunidade, respondendo a Questões de Ordem dos Vereadores Isaac Ainhorn, Pedro Ruas e Jocelin Azambuja, o Senhor Presidente prestou informações acerca do resultado da votação acima referida e acerca do "quorum" necessário para a continuidade dos trabalhos. Também, através de Questão de Ordem, o Vereador Juarez Pinheiro registrou que solicitará renovação da votação do Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 03/96. Em Renovação de Votação, foi rejeitado o Projeto de Lei do Legislativo nº 60/94, considerando-se prejudicada a Emenda nº 01 a ele aposta, por oito votos SIM, nove votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, tendo votado o Senhor Presidente, em verificação de votação solicitada pelo Vereador Adeli Sell, após ter sido aprovado em sua votação simbólica, tendo votado Sim os Vereadores Anamaria Negroni, Fernando Záchia, João Carlos Nedel, João Dib, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Sônia Santos e Gilberto Batista, votado Não os Vereadores Adeli Sell, Cláudio Sebenelo, Clovis Ilgenfritz, Elói Guimarães, José Valdir, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Cyro Martini e Leão de Medeiros e tendo optado pela Abstenção o Vereador Jocelin Azambuja. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei  Legislativo  nº 67/98 que, após ser encaminhado à votação pelo Vereador Jocelin Azambuja, deixou de ser votado face à inexistência de "quorum". Na oportunidade, o Senhor Presidente convidou a todos para a conferência a ser realizada hoje, às vinte horas, neste Legislativo Municipal, pelo Senhor Thomas Skidmore, acerca do tema "A Construção do Brasil", e para as atividades referentes à comemoração dos duzentos e vinte e cinco anos deste Legislativo, tendo o Vereador Adeli Sell manifestado-se a respeito da homenagem póstuma ao Senhor Adaucto Vasconcellos, a ser realizada durante a Sexagésima Sétima Sessão Ordinária. Às doze horas e vinte e dois minutos, constatada a inexistência de "quorum", o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Luiz Braz e Juarez Pinheiro e secretariados pelos Vereadores Juarez Pinheiro e Reginaldo Pujol. Do que eu, Juarez Pinheiro, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Srs. Vereadores, a Mesa apregoa Requerimentos de Licença para Tratamento de Saúde dos Vereadores Paulo Brum e Reginaldo Pujol.

 

(Obs.: Foram apregoados Requerimentos de licença dos Vereadores Paulo Brum e Reginaldo Pujol e empossados os Suplentes, conforme consta na Ata.)

 

Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

O Sr. José Roberto Araújo, Presidente do Sindicato dos Taxistas de Porto Alegre - SINTAXI, está com a palavra pelo tempo regimental de 10 minutos.

 

O SR. JOSÉ ROBERTO ARAÚJO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, parece-me que está havendo alguma dúvida a respeito do que se trata, do que é o Ponto Fixo de Apoio, Projeto de autoria da Vera. Anamaria Negroni. Gostaria de dar algum esclarecimento no que tange a esse assunto.

O ponto fixo de apoio hoje, na prática, já existe, mas não está respaldado em lei, como é o caso do ponto livre, criado pela Lei nº 3.790, de 1973. Por essa lei, qualquer táxi de Porto Alegre pode estacionar e aguardar o passageiro ali naquele ponto. Também foi criado, pela mesma lei, o ponto fixo de estacionamento, e nesse ponto só podem estacionar aqueles veículos que estão lotados naquele ponto e cadastrados na SMT para trabalhar, apenas, naquele ponto. Qualquer outro carro que queira estacionar no ponto fixo de estacionamento só poderá fazê-lo se não houver nenhum táxi do ponto no local; do contrário, nenhum outro carro de outro ponto ou sem ponto poderá encostar.

O ponto fixo de apoio vem numa questão de justiça para mais ou menos mil e trezentos táxis. Ocorre hoje que as radiotáxis dividem a Cidade em regiões e em cada região colocam um ponto de apoio onde os táxis que trabalham naquela rádio fazem o seu ponto e ficam à espera da chamada para ir buscar o passageiro. Em média, trezentos carros trabalham nesse ponto de apoio. Temos cinco radiotáxis na Cidade. Em torno de mil e trezentos carros trabalham em radiotáxi. Eles elegem um ponto livre e ali fazem o seu ponto de apoio, criam uma clientela para aquele ponto. Muitas vezes, esses pontos são divididos entre duas ou três radiotáxis onde trabalham, em média, trezentos, seiscentos, novecentos carros, claro que rotativamente. Quando esse ponto já está bem trabalhado, a clientela formada sendo atendida vinte e quatro horas por dia e o ponto está funcionando muito bem, aí dez, doze pessoas solicitam a transformação daquele ponto em ponto fixo de estacionamento onde só poderão trabalhar esses dez em detrimento dos trezentos, seiscentos que ali trabalhavam, que criaram aquela clientela.

O interesse é que esses pontos fixos de apoio sejam respaldados em lei - que hoje não o é, só existem na prática - para que, ao trabalhar naquele ponto, esses carros que fazem parte de radiotáxi façam a sua clientela e tenham, com isso, garantida aquela clientela por muito tempo. Porque eles trabalham ali um, dois anos, desenvolvem o trabalho naquela comunidade e, de repente, vêem-se obrigados a trocar de lugar porque aquele ponto foi transformado em ponto fixo de estacionamento em benefício de dez e em detrimento de centenas, o que não é justo. Alguns Vereadores até já disseram que isso era em função das radiotáxis e que as radiotáxis são particulares e que isso não interessava para os taxistas. Interessa, sim, pois elas não são insensíveis a isso, tanto que tem representante das radiotáxis aqui. Para a radiotáxi interessa porque, se um ponto de apoio estiver em qualquer esquina, não faz diferença para a empresa. Ela vai continuar recebendo o mesmo número de chamadas pelo telefone; ela vai chamar o táxi onde ele estiver, pode ser numa esquina ou na outra. Ela vai atender sua clientela igual. Mas para aqueles carros que estão lá embaixo, no ponto, aí faz diferença. A diferença é exatamente aí, para aqueles trezentos, setecentos, mil e trezentos carros que trabalham no ponto de apoio e que, de repente, se vêem tolhidos daquele local de trabalho, sendo obrigados, muitas vezes, como aconteceu - vou dar um exemplo bem claro - na Pan-americana, no Shopping Lindóia, e o Ver. Elói Guimarães conhece muito bem, por ser vizinho. As radiotáxis trabalharam durante anos ali e, de repente, foi transformado em ponto fixo, sendo que o ponto de apoio foi transferido para a praça do Lindóia, onde a freguesia, para esse tipo de atendimento, é bem menor, em favor, se eu não me engano, de doze carros. Isso, Senhores, é só uma questão de justiça. Acho que temos que trabalhar sempre em prol da maioria, e nunca da minoria, a não ser que essa minoria tenha outros tipos de problemas.

Por isso, peço a compreensão de V. Exas. para que apreciem e votem favoravelmente a este Projeto. E qualquer dúvida que porventura possa haver, nós estaremos sempre à disposição para dirimir qualquer ponto nebuloso que possa existir. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Pergunto se alguma bancada deseja utilizar o tempo de Liderança para este assunto da Tribuna Popular. (Pausa.) Não havendo nenhum Vereador inscrito, agradecemos a presença do Sr. Roberto Araújo, Presidente da SINTAXI, que prestou as informações necessárias para que o Projeto tramite com as questões que o envolvem mais esclarecidas nesta Casa. Esse relacionamento entre as entidades representativas de categorias e esta Casa deve continuar sempre. Nós devemos fortalecer esses laços. 

Srs. Vereadores, a Diretoria Legislativa informa: (Lê.)

“Com o objetivo de otimizar a utilização dos recursos de informática, disponibilizados a todos os gabinetes e setores desta Casa; visando à distribuição da tradução do apanhado taquigráfico” - haverá a correção ortográfica prévia do grupo de revisão da taquigrafia - “diferentemente do que ocorre hoje, quando a revisão do setor é feita após a distribuição das cópias aos Srs. Vereadores, demandando maior trabalho a todos; tendo por meta a redução de recursos humanos e materiais”...

Isso significa que as correções serão feitas de maneira simultânea. Muitas vezes, um Vereador corrige um texto que já recebeu as devidas correções por parte do Setor de Taquigrafia. A partir dessas modificações, vamos ter melhores condições de ser auxiliados pelo Setor da Taquigrafia no que concerne ao problema das revisões. Sigo:

“Os pronunciamentos dos Srs. Vereadores poderão ser acessados através da rede (Intranet), disponibilizados com a revisão prévia do Setor, no dia seguinte ao da sessão a que se referem. As correções que os Srs. Vereadores entenderem necessárias serão efetuadas por funcionários do Setor da Taquigrafia, local onde deverá ser entregue cópia do pronunciamento com registro das alterações. Até o decurso do prazo da revisão dos Srs. Vereadores (quarenta e oito horas da divulgação), será mantido no início do material referente à sessão o aviso de que os registros poderão sofrer alterações provenientes da revisão pessoal dos Srs. Vereadores.”

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

1ª SESSÃO

 

PROC. 2403/98 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 116/98, de autoria do Ver. Renato Guimarães, que dispõe sobre a venda de cerveja em vasilhames de vidro retornáveis no Município de Porto Alegre e dá outras providências.

 

PROC. 2483/98 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 016/98, de autoria do Ver. Carlos Garcia, que acrescenta inciso VIII ao art. 87 da Lei Complementar nº 12, de 07 de janeiro de 1975, e alterações posteriores, proibindo o uso de aparelhos de telefone celular e emissão sonora pessoal, durante a realização de aula, em ambiente fechado.

 

PROC. 2484/98 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 121/98, de autoria do Ver. Henrique Fontana, que denomina Rua Tricolor um logradouro irregular localizado no Bairro Rubem Berta.

 

PROC. 2495/98 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 122/98, de autoria do Ver. Luiz Braz, que declara de utilidade pública a Fundação Moab Caldas de Umbanda e Africanismo.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. 2220/98 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 004/98, que altera o artigo 180 da Lei Complementar nº 133, de 31 de dezembro de 1985, com redação dada pela Lei Complementar nº 385, de 18 de setembro de 1996, que assegura a incorporação de gratificações aos proventos de aposentadoria dos funcionários do Município, e dá outras providências.

 

PROC. 2440/98 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 119/98, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, que autoriza o Poder Executivo declarar de utilidade pública a Federação das Associações e Círculos de Pais e Mestres do Rio Grande do Sul (ACPM-Federação).

 

3ª SESSÃO 

 

PROC. 2467/98 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 032/98, de autoria da Mesa Diretora, que autoriza o Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre a assinar Termo de Cooperação Técnica com a Fundação de Atendimento ao Deficiente e ao Superdotado no Rio Grande do Sul (FADERS), com vistas a possibilitar a realização de estágio a aprendizes de organismos ligados a esta, portadores de deficiência mental, física, visual e auditiva, e dá outras providências. Com Emenda nº 01.

 

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Jocelin Azambuja está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO DIB (Esclarecimento): Gostaria de saber quantos Vereadores estão inscritos antes de mim.

 

O SR. PRESIDENTE: V. Exa., Ver. João Dib, não está aqui na relação de inscrição de Pauta. Os Vereadores inscritos são: Jocelin Azambuja, Adeli Sell, Carlos Alberto Garcia, Guilherme Barbosa, Clovis Ilgenfritz; na suplência, os Vereadores José Valdir, Elói Guimarães e Renato Guimarães. O Ver. Juarez Pinheiro, 1º Secretário, quer dar uma informação.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Quero informar ao Sr. Presidente e demais Vereadores que, na verdade, eu ouvi o Ver. João Antônio Dib, quando ainda não havia cinco Vereadores inscritos, solicitar que fosse inscrito o seu nome. Então, por esse motivo, Sr. Presidente, me parece que, se o Ver. Carlos Alberto Garcia abrir mão, será o adequado, pois o Ver. João Antônio Dib, antes de estarem aqui os cinco Vereadores, ele solicitou, não sei em que ordem, mas ele solicitou e eu ouvi.

 

O SR. PRESIDENTE: Eu acredito que esse esclarecimento que faz o 1º Secretário, Ver. Juarez Pinheiro, pode sanar esse inconveniente. Realmente, os Vereadores que estão reclamando têm razão por causa do Regimento. O Regimento realmente não admite a substituição dos nomes. Eu concordo com V. Exas., mas, se não houver nenhum protesto por parte do Plenário, nós conservaremos a substituição, mas, se alguém for contrário, eu terei que cumprir o Regimento. Não se trata aqui de uma cedência de tempo do Ver. Carlos Alberto Garcia, mas ele está dizendo que realmente o Ver. João Dib se inscreveu antes dele. Certo?

O Ver. Jocelin Azambuja está com a palavra em Pauta.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós, nesta discussão preliminar de Pauta, vamos discutir alguns processos que aqui tramitam. Há um, de minha autoria, que autoriza a concessão do título de utilidade pública à Federação das Associações e Círculos de Pais e Mestres do Rio Grande do Sul.

Eu faço questão de fazer um registro porque há poucos dias esta Casa cometeu uma injustiça com a ACPM-Federação ao não incluí-la, através de uma emenda que fizemos, no conselho que administra as verbas públicas recebidas pelo Ministério da Educação na Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Para aqueles Vereadores que não sabem, este Vereador, em 1995, convenceu o Ministro da Educação, Paulo Renato de Souza, a fazer o repasse de verbas diretamente aos Círculos de Pais e Mestres e Associações de Pais e Mestres das escolas públicas de todo o País. O Ministro Paulo Renato de Souza, vinte dias depois que tínhamos ido a Brasília, onde tivemos uma hora e meia de reunião com ele, autorizou o repasse porque reconheceu fundamental a integração comunidade/escola. Então, desde 1995 temos o repasse de 300 milhões de reais a todas as escolas públicas de ensino fundamental do País. Essa foi uma conquista maravilhosa, e eu, particularmente, tive a honra de poder levar este pleito ao Ministro e nunca imaginei que um Ministro da Educação tomasse uma atitude semelhante, sem intermediários, sem ninguém para manipular essas verbas, passando-as diretamente à comunidade, com o controle da comunidade.

Pois esta Casa, lamentavelmente, rejeitou a participação da ACPM nesse conselho. Sei que o PT tem uma postura contrária aos Círculos de Pais e Mestres há muito tempo, lamentavelmente. A Lei Orgânica Municipal e a Constituição Estadual garantem o direito de organização livre das comunidades escolares em associações e grêmios estudantis. Mas aqui, nesta Casa, se cometeu esse erro crasso. Para que os Srs. Vereadores tenham uma idéia, principalmente aqueles que votaram contra a participação da ACPM-Federação: a ACPM tem assento no Conselho Municipal de Educação de Porto Alegre; tem assento no Conselho Municipal de Entorpecentes, no Conselho Estadual igualmente; a ACPM tem, no Conselho Estadual de Educação, duas vagas; tem participação no Conselho Nacional, gestor das verbas públicas, no qual o Presidente Raul é o representante dos pais no Conselho Gestor de Verbas Públicas, que hoje é um instrumento altamente democrático e que revela a representatividade importante dos pais através das APMs e CPMs de escolas de todo o País. Aqui em Porto Alegre o dinheiro não é repassado aos CPMs das escolas. A Prefeitura manipula diretamente o dinheiro que eu conquistei, o Ver. Jocelin Azambuja foi quem conquistou, em 1995, para as escolas.

O Governo Municipal recebe cerca de 200 mil reais e não repassa aos CPMs. É o mesmo governo que diz que respeita a livre organização da sociedade, as instituições civis legalmente organizadas. Pois este mesmo governo não respeita a livre organização das comunidades, não gosta e não apóia os Círculos de Pais e Mestres e é contra, taxativamente, os CPMs, tanto que chegou em 1993, na época, o então Secretário da Educação, Sr. Newton Fischer, a fazer uma publicação dizendo que, com os Conselhos Escolares, seriam extintos os CPMs. E eu tive que chamar o Secretário de Educação, Sr. Newton Fischer, nesta Casa, para que ele se retratasse, porque, senão, ele seria responsabilizado na forma da lei, e ele acabou caindo como Secretário de Educação.

Este é um fato real de desrespeito, Ver. Clovis Ilgenfritz, à comunidade escolar e à livre organização da sociedade. Isto é muito ruim, porque um grupo político que se diz democrático, mas que não aceita uma representação da comunidade, não conhece o que é democracia.

 

O Sr. Clovis Ilgenfritz: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, eu gostaria de saber qual é o projeto a que V. Exa. está se referindo.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: É o Proc. nº 2440, que trata da declaração do título de utilidade pública à Federação dos Círculos de Pais e Mestres do Rio Grande do Sul, e eu estou dizendo aos Srs. Vereadores quem é a ACPM-Federação. Nós devemos ter mais respeito com esta entidade, mais respeito com a livre negociação da comunidade escolar. A Prefeitura de Porto Alegre e o Governo Municipal devem respeitar o Círculo de Pais e Mestres, entidade legalmente constituída e representativa dos pais das escolas públicas do nosso Estado e do nosso País. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

(Apartes paralelos.)

 

O SR. PRESIDENTE: Eu vou solicitar aos Srs. Vereadores: ou nós nos respeitamos dentro do Plenário ou vão ficar muito difíceis os debates. Eu acredito que este respeito que cada um de nós deve a esta Casa e à sociedade deve ser demonstrado no Plenário.

O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, queria dizer a todos aqui para que não paire nenhuma dúvida sobre qual a posição da Bancada do Partido dos Trabalhadores acerca do projeto mencionado: o Partido dos Trabalhadores vai votar a questão de declaração de utilidade pública à Federação das ACMs, em princípio porque tem votado a várias entidades que são de utilidade pública de forma favorável. Então, o Ver. Jocelin Azambuja não pode falar em nome da nossa Bancada, porque aqui, para todas as entidades que servem a comunidade de Porto Alegre, a Bancada do PT votou unanimemente favorável.

 

O Sr. Jocelin Azambuja: V. Exa. permite um aparte?

 

O SR. ADELI SELL: Não permito apartes, pois preciso esclarecer.  V. Exa. não permitiu apartes e ainda se utilizou da discussão de um projeto de sua autoria para falar em nome da Bancada do nosso partido, e quem fala por ela são as suas lideranças, a começar por este Vereador, que é Vice-Líder.

Nós sempre votamos - e muitas vezes o Executivo tomou a iniciativa de propor declaração de utilidade pública para várias entidades em Porto Alegre, entidades que, efetivamente, prestam serviço à comunidade, porque são organizações não-governamentais -, nós votamos favoravelmente. Portanto, quem fala em nome do PT não é o Ver. Jocelin Azambuja, que é do PTB, mas é a Bancada do PT.

Esclarecida a questão, quero dizer ao nobre Presidente desta Casa, Ver. Luiz Braz, que nós acreditamos que o Projeto de Resolução de autoria da Mesa que autoriza o Presidente da Câmara a assinar termo de cooperação técnica com a Fundação de Atendimento ao Deficiente - FADERS é uma iniciativa louvável. Hoje, Sr. Presidente, os nossos jovens, os estudantes e muito mais os portadores de deficiência física encontram dificuldades em fazer estágios.

Só quero chamar a atenção desta Casa, dos Senhores e das Senhoras, que estagiário não é funcionário. O estagiário tem que ser muito bem-compreendido, e eu espero e tenho certeza de que a Direção desta Casa assim compreende, porque nós não vamos fazer o que faz o Banrisul - transformar um estagiário num bancário - e nós não vamos transformar um estagiário daqui num funcionário, porque um funcionário tem qualificação, tem um direito que foi conquistado através de um concurso público. Portanto, devemos pedir, meu caro Presidente, auxílio aos técnicos, aos profissionais desta Casa de como engajar essas pessoas num trabalho de aprendizado para que isso que se denomina de estágio seja de fato um acúmulo, seja de fato uma ajuda para o aperfeiçoamento técnico e profissional, como diz aqui, que o termo de compromisso será de cooperação técnica, e é disso que se trata.

Portanto, quero defender a importância de uma câmara municipal de fazer esse tipo de relação com uma entidade, com uma organização, mas que nós tenhamos, Ver. Guilherme Barbosa, todos os cuidados que devemos ter para que o estagiário de fato cumpra a sua função de estagiário e que esta Casa dê as condições de essa pessoa ter, nesse período, um aprendizado e que não seja uma substituição de funcionários que poderiam ou possam faltar nessa Casa, porque nós vimos, muitas vezes, que isso não acontece em muitos lugares. Como digo e repito aqui, já disse em tantas outras vezes: estagiário não é bancário, como acontece no Banrisul.

Tenho certeza de que esta Casa vai honrar o que vai assinar. Estagiário é estagiário; funcionário é funcionário. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, antes de mais nada, desejo declarar a minha tristeza pelo transtorno que eu causei à Pauta no dia de hoje, transtorno que não mais ocorrerá.

Sou um dos que primeiro chega ao Plenário, mas sempre pedi que algum outro Vereador me inscrevesse na Pauta. Os Vereadores José Valdir, Reginaldo Pujol, João Nedel, Renato Guimarães, todos já me inscreveram, mas hoje um suplente de Vereador disse que se deve entrar na fila para a inscrição. Eu não estava na fila e, por isso, causei transtorno. Não mais farei isso! Como eu sou um dos primeiros a chegar, sentar-me-ei ao lado do Secretário e farei a minha inscrição com toda a naturalidade. Não quero criar problemas, principalmente porque a minha idéia é de que o Vereador deve trazer soluções e não problemas.

Mas, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o meu querido amigo Renato Guimarães faz uma proposição que eu tenho esperança de que não seja aprovada pela Casa, até porque a Procuradoria da Casa declarou que os nossos limites para legislar sobre o assunto estão esgotados; nós não podemos fazer isso. O projeto do Ver. Renato dispõe sobre a venda de cerveja em vasilhames de vidro retornáveis no Município de Porto Alegre e dá outras providências.

É muito importante a Exposição de Motivos do Vereador. Ele diz que “o capitalismo moderno tem, entre suas armas de dominação, o poder de tornar o distanciamento entre as pessoas e os seus bens algo natural”. Mais adiante, ele diz: “Afora esses aspectos, poderemos ainda vislumbrar mudanças importantes que ocorrerão nas fábricas de cerveja, visto que não mais serão necessários funcionários para recolher, lavar e etiquetar esses vasilhames...” - como se tudo isso não fosse feito automaticamente - “... afora outras etapas do trabalho por nós não previstas”. O que as indústrias farão com esses funcionários? A quem está servindo a comodidade dos vasilhames não-retornáveis? Quem sairá ganhando com a compra a baixo custo de cascos para reciclagem?

Então, no seu Projeto de Lei diz que “os supermercados e mercearias em geral ficam obrigados a garantir ao consumidor a compra de cerveja de 600 ml sob a forma de vasilhames de vidro retornáveis”.

Não vou comentar o Projeto de Lei do querido Ver. Renato Guimarães, porque vou ao supermercado todas as semanas e ainda não cheguei uma vez lá em que não tivesse cerveja em garrafas de 600 ml retornáveis.

 

O Sr. Renato Guimarães: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) Na leitura que V. Exa. faz da Exposição de Motivos, já consegue entender a nossa intenção, pois estamos vivendo, cada vez mais, numa sociedade que torna tudo descartável. O próprio homem, em alguns lugares do mundo, já é descartável.

No nosso entendimento, a medida que começa a ser adotada no País, tornando os cascos de 600 ml descartáveis, causa vários problemas ao meio ambiente, aos trabalhadores que vão ser dispensados, que são usados, hoje, na reutilização do casco. E um problema mais sério ainda, no nosso entendimento: cria a cultura, reforça a cultura na população de que, simplesmente, se pode comprar algo, utilizar e se desfazer depois. É uma cultura que, com esse Projeto, queremos contrariar, a construção e o reforço dela, que é a construção de uma sociedade descartável, que tenho certeza de que V. Exa não concorda.

 

O SR. JOÃO DIB: Sou grato à informação que V. Exa traz, que, aliás, está na Exposição de Motivos. Mas volto a dizer: todos os supermercados, armazéns e mercadinhos da Cidade vendem garrafas de cerveja de 600 ml, que V. Exa não está proibindo, até porque não pode. Seria muito mais do que está previsto. Está dizendo que deve vender em garrafas de 600 ml. Não estou vendo nada de anormal. Isso está acontecendo. Mas voltarei a falar sobre o assunto.

Encerro, dizendo que decretação de utilidade pública não se autoriza o Município. Pode-se fazer na própria Câmara. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Henrique Fontana solicita Licença para Tratar de Assuntos Particulares no dia de hoje.

 

(Obs.: Foi aprovado Requerimento de licença do Ver. Henrique Fontana e dada posse ao Suplente, conforme consta na Ata.)

 

O Ver. Nereu D’Ávila está com a palavra em Comunicação de Líder.

 

O SR. NEREU D’ÁVILA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, outro dia esta Câmara, através de todas as suas Lideranças, ou seja, em uma manifestação praticamente unânime, solidarizou-se com a questão das farmácias em relação à exigência de ter um profissional farmacêutico junto às farmácias durante oito horas seguidas, obedecendo a uma lei de 1973. Chegaram ao cúmulo de prender um farmacêutico e colocar três fotos, quase uma página inteira, no jornal Zero Hora, como se fosse um meliante, como se fosse um assaltante, e o colocaram à execração pública.

Francamente, eu creio que está se chegando à inversão de valores neste País. Soltos estão muitos assassinos que, evidentemente, não por culpa dos órgãos de segurança, mas pelo volume de delitos graves, não estão no lugar adequado, ou seja, atrás das grades. Isso se faz com alguém que, tendo a sua farmácia fechada, multada, e fechadas as portas, para a sua própria sobrevivência, tirou o lacre e abriu o pequeno estabelecimento em uma cidade da Grande Porto Alegre. Pois com revólver em punho, como se fosse um assassino da pior qualidade, foi preso, humilhado e aparece cabisbaixo em três fotos no jornal Zero Hora. Ora, essa é a própria desqualificação de quem trabalha. Depois nós temos autoridade moral para nos queixarmos de quem não trabalha e assalta? E se os que trabalham estão sendo humilhados e só querem sobreviver? Numa lei da ditadura de 1973, uma lei obtusa, nós, do PDT, não podemos calar, não podemos silenciar. Hoje vai haver uma grande assembléia da categoria no auditório da Assembléia Legislativa do Estado, e nós queremos hipotecar a nossa solidariedade aos trabalhadores em farmácias.

Eu fiquei estupefato com uma entrevista, na televisão, de um cidadão de Brasília, gorducho, lustroso, muito bem-falante. Vê-se que ele está ganhando bem e, pelas proteínas, está mostrando saúde. Não é como aqueles que no dia-a-dia vivem sem as vitaminas recomendadas por falta de salário. Disse algo assombroso: “quem quiser aumentar para oito horas a presença de um profissional nas farmácias está liberado, menos, não!” Então, o jornalista Paulo Sant'Ana, em magnífico artigo publicado na Zero Hora - Crueldade com as farmácias -, com seu talento indesmentível, faz uma série de argumentações arrasadoras a valer os argumentos das farmácias. É claro que ele fez como simbologia, mas que valeria para chamar a atenção deste tormentoso assunto. Ele diz que tem que colocar à porta dos lupanares um infectologista, um bacteriologista, para avisar todos aqueles que ali freqüentarem dos males que podem ocorrer sem o uso da camisinha. Aqueles que vendem rações para cães têm que colocar um médico veterinário para controlar a questão dos males que certas rações podem fazer. Ou, ainda, nos bares ou tabacarias, colocar-se um médico pneumologista para chamar a atenção de quem comprar cigarros, quem fuma, informando sobre os males que o cigarro faz à saúde.

Então, o nosso Paulo Sant'Ana chama a atenção porque, na verdade, o que ocorreu com a falsificação dos remédios é um problema dos laboratórios, das multinacionais. Não é o farmacêutico que luta com dificuldades o culpado da situação dos remédios falsificados ou de outras questões sobre a saúde da população. Então, hipotecamos a nossa solidariedade aos farmacêuticos, em geral, na sua assembléia de hoje, para que possam aperfeiçoar, quiçá derrogar, uma lei já ultrapassada e desumana que está trazendo imensos prejuízos a uma classe trabalhadora que serve à população com zelo e carinho. Obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. RENATO GUIMARÃES (Questão de Ordem): Sr. Presidente, o Grupo Hospitalar Conceição encaminhou à Comissão de Saúde desta Casa um ofício, que foi distribuído aos demais Vereadores, esclarecendo o episódio envolvendo o assunto citado pelo Ver. Paulo Brum, quanto à licitação de cadeiras de rodas. Uma auditoria foi feita, constatando a transparência e seriedade naquele processo licitatório de compra de cadeiras de rodas. O Grupo Hospitalar Conceição solicitou que fosse feito esse registro via Comissão de Saúde desta Casa, o que requeiro ao Sr. Presidente neste momento.

 

O SR. PRESIDENTE: Agradeço a informação, Ver. Renato Guimarães.

O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o Ver. Nereu D’Ávila abordou um assunto muito importante na sua manifestação, inclusive com outro caráter que não como o que ouvi do Ver. Jocelin Azambuja, querendo culpar a Prefeitura de Porto Alegre por essa atuação em cima das farmácias, quando é uma lei federal, há uma atuação semelhante em todo o Estado do Rio Grande do Sul. O caso citado, inclusive, aconteceu fora de Porto Alegre, e acho que é um assunto que temos que debater, sim. Mas reconheço que o assunto “remédio”, no País, sempre foi muito escandaloso e que temos que chegar a uma posição de equilíbrio.

Quero comentar dois projetos neste espaço. Um é o Projeto de Resolução da Mesa Diretora, já abordado aqui pelo Ver. Adeli Sell, um projeto importante que nós temos, a partir da emenda do Ver. Juarez Pinheiro, de fato, de ter uma posição a respeito, para que não haja pessoas que tenham feito mais de um estágio, possibilitando a que outras pessoas necessitadas possam vir a nossa Câmara e ter aqui um estágio. O que talvez nós possamos flexibilizar, Ver. Juarez Pinheiro, na emenda de V. Exa., seja quanto àqueles portadores de deficiência mental, que é evidente que têm mais lentidão de absorver os aprendizados e possam ter um estágio mais longo que os outros. Acho que aí nós vamos ter, de fato, um Projeto de Resolução que abranja todas as possibilidades e necessidades.

Quero também comentar o Projeto do Executivo que altera o art. 180 da Lei Complementar 133, lei que aborda toda a vida funcional dos municipários, sobre a incorporação da gratificação do pessoal que trabalha no Pronto Socorro e em outros estabelecimentos de saúde no Município.

O Executivo Municipal, através desse Projeto, está realmente querendo corrigir uma injustiça, já que em outras localidades, em outras situações, os funcionários já incorporaram essas gratificações depois de um determinado período em que recebiam, e não havia essa possibilidade no Pronto Socorro. Havia uma lacuna na lei. Dessa maneira, o Executivo Municipal preenche esta lacuna, dando a esses funcionários que trabalham no Pronto Socorro a possibilidade de incorporar a gratificação. Nós sabemos que, depois de um longo período, essas gratificações terminam fazendo parte, praticamente, do próprio salário, da remuneração dos funcionários. Portanto, é justo que os funcionários, depois da sua aposentadoria, incorporem essa gratificação.

Por último, quero comentar o Projeto de Lei de autoria do Ver. Jocelin Azambuja. Às vezes, eu gostaria de dizer ao inteligente Ver. Jocelin Azambuja que, ao defender o Projeto de sua autoria, ataca a nossa Bancada, com doze votos. É de fato um procedimento muito inteligente do Vereador: ao defender o Projeto, ataca uma bancada que tem doze votos, que, por incrível que pareça, tinha simpatia pelo Projeto. Como ele deve ser analisado pelo mérito e não pela pessoa do autor, talvez isso termine salvando o Projeto do Vereador, apesar da sua desastrada defesa. Eu costumo agir assim: não interessa a pessoa do autor do projeto; analiso o mérito do projeto. Antes o Vereador queria, com a ACPM, uma situação que era indefensável, enquanto que neste Projeto não, o assunto é diferente. Acho que a Associação de Pais e Mestres tem um trabalho e, portanto, quem sabe, mereça receber o título de utilidade pública. É outro mérito, outra situação. As coisas não podem ser confundidas, o que, aliás, é uma prática quase que permanente do Ver. Jocelin Azambuja.

Apesar de tudo, vamos analisar com carinho o Projeto, mesmo com a desastrada defesa que o autor fez da sua iniciativa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE: Srs. Vereadores, na semana que vem teremos a comemoração dos 225 anos da Câmara Municipal, com uma programação ampla. Inicia na segunda-feira, às 8h da manhã, com o hasteamento da bandeira, com a presença de vários convidados, com a inauguração da nova sede do Banrisul aqui nesta Casa, de algumas obras, como a da fachada da Câmara Municipal e a do jardim interno. À tarde teremos a homenagem ao nosso saudoso Adaucto Vasconcellos, a inauguração da fotografia do nosso Ver. Clovis Ilgenfritz, na Galeria dos ex-Presidentes, a inauguração dos brasões do Projeto do Ver. Pedro Américo Leal. Na terça-feira, um debate sobre violência, com o Sr. Alvaro Coppetti, com o Dr. Jaime Sirotsky, com o Dr. Matias Flach. Vamos ter, realmente, uma semana com muitos motivos para que os Vereadores possam estar participando conosco. Inclusive o jornal Zero Hora dedicou praticamente uma página para o evento que vai ocorrer hoje, à noite, aqui na Câmara Municipal. Um brasilianista, Thomas Skidmore, estará aqui fazendo uma palestra, a partir das 20h. Tudo isso foi preparado com muito carinho pelo pessoal da área do Memorial da Casa, inclusive os patrocínios que possibilitaram a vinda de Thomas Skidmore a Porto Alegre. Tudo, na verdade, foi uma ação efetiva do pessoal da área do Memorial, da Bete e do Jorge. Peço que os Vereadores possam vir e prestigiar, já que esta Casa estará muito cheia hoje à noite, se Deus quiser, com a presença de muita gente que vem prestigiar esse ato da Câmara Municipal de Porto Alegre.

O Ver. Clovis Ilgenfritz está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em primeiro lugar, peço permissão para parabenizar a Diretoria Legislativa, a Direção da Casa, V. Exa. e todos nós, pelo aperfeiçoamento que vem sendo feito no trabalho de taquigrafia, o novo procedimento, através da Intranet. Esse é um ganho que temos no projeto que vem sendo gestado nesse processo.

Com relação à questão dos medicamentos e farmácias, o projeto não está na Pauta, mas ele é fundamental, é uma discussão que temos de fazer. Eu estive em Cruz Alta há poucos dias, e um farmacêutico pediu providências nesse sentido, porque a lei federal precisa ser atualizada, adequada à realidade das farmácias, embora essas precisem ser fiscalizadas em função da utilidade pública que elas têm.

Reportando-nos ao Projeto de Lei do Legislativo do Ver. Jocelin Azambuja, queremos dizer que lamentamos profundamente que o Vereador tenha vindo à tribuna e dado uma demonstração inequívoca de que o seu Projeto, antes de ser um projeto para atender uma causa justa, é para fazer proselitismo contra o Partido dos Trabalhadores, contra a bancada majoritária, que vê com simpatia a necessidade de autorizar o Poder Executivo a declarar de utilidade pública a Federação das Associações e Círculos de Pais e Mestres.

O Ver. Jocelin Azambuja se arvora em um grande construtor do Círculo de Pais e Mestres. Tem dado declarações como se ele fosse onipotente, onipresente e a única pessoa que se interessou por isso, quando ele pegou carona junto com muita gente que trabalha nesse sentido. Ele colocou inverdades, para não dizer mentiras, aqui desta tribuna, ao criticar o Governo Municipal em cima de um projeto que nós entendemos que já deveria ter sido feito e que até é passível de uma auditoria para ver se já não existe. Tal foi a forma como o Vereador se referiu ao assunto, que até me parece ser um oportunismo. Mas nós vamos verificar se já existe ou não, porque nós precisamos trabalhar com aquilo que interessa à Cidade. Não mais do que isso. Se é importante esse Projeto para a Cidade, nós vamos votar a favor.

 

O Sr. Jocelin Azambuja: V. Exa. permite um aparte?

 

O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Não, Vereador. Eu pedi a V. Exa. aparte durante todo o seu pronunciamento e V. Exa. não consentiu, assim como V. Exa. negou ao Ver. João Dib que entrasse na Pauta e nós ficamos com a culpa.

Passando ao outro projeto, em 3ª Sessão, Processo nº 2467/98 - PR nº 032/98, de autoria da Mesa Diretora. Nós consideramos esse PR importante - os Vereadores da Mesa, por unanimidade de todos os partidos presentes. Certamente, todas as Lideranças concordam, mas queremos dizer que achamos oportuna a emenda do Ver. Juarez Pinheiro e a flexibilização colocada numa subemenda do Ver. Guilherme Barbosa. Sempre que for possível, as nossas instituições públicas têm que dar exemplo aos setores privados do nosso País e a toda a sociedade, porque o portador de deficiência física é gente como a gente. Ele tem que ter as mesmas oportunidades - não são privilégios - porque há um preconceito. Quando fui Secretário do Planejamento, tive a honra de inaugurar naquela Secretaria a contratação de dois técnicos do mais alto nível e que tinham problemas bastante sérios de deficiência física.

Então, está de parabéns. Temos que fazer esse Projeto andar. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Srs. Vereadores, hoje à tarde também teremos a entrega do Prêmio Ciência e Tecnologia Mário Schenberg ao Professor Joaquim Blessmann, na sala do Conselho da Escola de Engenharia da UFRGS, na Praça Argentina nº 9, segundo andar, às 17h. O Ver. João Dib é o proponente. Estaremos presentes lá para presidir os trabalhos, e os Vereadores todos estão convidados para esse ato.

Está encerrada a Pauta. A Vera. Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero referir-me, neste tempo de Liderança do PMDB, também a essa questão dos medicamentos, que tem sido um grande motivo de preocupação da população da nossa Cidade. Antes, registro que tomamos conhecimento, através da imprensa, de uma denúncia feita por um dos maiores ambientalistas deste País, o Lutzenberger, em relação à posição da SMAM, que cortou uma árvore localizada em frente da casa do ecologista, um ato totalmente desnecessário, segundo Lutzenberger. No momento em que discutimos aqui na Câmara um Projeto de Lei que propõe a árvore como símbolo ecológico de Porto Alegre, a denúncia de um ambientalista como Lutzenberger deve ser acompanhada pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Câmara.

Faço também um rápido registro de um fórum que aconteceu ontem no Ministério da Justiça, presidido pela Ministra Cláudia Costin, Ministra da Administração do nosso País, que apresenta o resultado de uma pesquisa sobre as mulheres no Poder Público, e elogio a decisão de que todas as instituições de formação de funcionários públicos tratem da questão da mulher. Esse diagnóstico aponta ainda uma grande diferenciação da ocupação dos cargos de chefia pelas mulheres na área pública. Medidas como essa favorecem o esclarecimento da situação do preconceito contra as mulheres no mercado de trabalho e contribuem para o enfrentamento dessa questão.

Com relação à questão do controle da qualidade dos medicamentos, que preocupa a todos os consumidores, principalmente no nosso Município, onde há uma grande polarização entre a posição dos donos de farmácias, da Prefeitura de Porto Alegre através da Secretaria de Saúde, do Conselho. Nós, enquanto Câmara, também temos que, através da Comissão de Saúde, procurar interceder para que seja garantida aos cidadãos a segurança do uso de medicamentos sem serem falsificados, em Porto Alegre. A responsabilidade por isso envolve todos os níveis de poder, desde o controle da produção dos laboratórios, comercialização e venda, mas há uma questão que precisa ser ressaltada: é de responsabilidade do Município a decisão da autorização da abertura dos estabelecimentos de farmácia. Se não houver um acompanhamento e uma definição técnica na hora de conceder os alvarás, fica impossível, depois, que o consumidor possa ter segurança no conjunto das farmácias em que ele vai comprar o seu medicamento.

Um outro dado que saiu na imprensa de hoje, também sobre medicamentos, é de extrema importância, porque os medicamentos são, em geral, caros para a maioria da população. Hoje vimos, mais uma vez, a apresentação da diferença de preços de produtos similares de medicamentos. Um mesmo medicamento, com a mesma composição, apenas com nomes diferentes, chega a ter 276% de diferença de preço. Isso dificulta enormemente o acesso aos medicamentos, e os consumidores, além de terem a insegurança quanto a se o medicamento que eles compram é, de fato, um medicamento com qualidade, têm também o dissabor e o desespero, às vezes, de verem um medicamento com um preço absolutamente abusivo.

A discussão de todo o processo, de todas as fases, de todos os meios para enfrentarmos a questão dos medicamentos precisa ser aprofundada não apenas neste Plenário, mas nas Comissões Técnicas desta Casa. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Jocelin Azambuja está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a Folha de São Paulo do dia 26 de agosto fez uma matéria muito interessante sobre a participação dos pais no processo de educação nas escolas públicas, envolvendo aí escolas estaduais e escolas municipais. Fala justamente do programa de gestão das verbas públicas, esse programa que em 1995 tive a honra de propor ao Sr. Ministro da Educação, então como Presidente da Comissão de Educação e Cultura desta Casa, e hoje se tornou uma realidade no Brasil.

Consideram que o programa criado em 1995 pelo MEC, que repassa dinheiro às escolas, diretamente às APMs e aos CPMs, é uma grande forma de autonomia de gestão financeira e de fiscalização. “O dinheiro” - diz a reportagem - “foi criado para dar mais autonomia às unidades escolares na hora de realizar pequenas obras, comprar materiais e equipamentos. A idéia do MEC era que essa verba fosse depositada diretamente em contas bancárias administradas pelas APMs e CPMs em vez de enviar dinheiro para prefeituras ou secretarias estaduais”.

O objetivo do Ministério da Educação, que é maravilhoso, é justamente de evitar intermediação e uso do dinheiro público para fins políticos, como se tem visto em muitas áreas da educação. Nós vemos com alegria que hoje há uma crescente constituição e organização de CPMs e APMs em todas as escolas do País. Claro que nas pequenas escolas, as escolas rurais, com dez, quinze, vinte alunos, existem dificuldades na organização, porque são escolas com dois, três professores; é um grande número de escolas que temos. Nas áreas urbanas, praticamente todas as escolas estão organizadas dessa forma. Isso eu coloco como uma visão de crescimento, de avanço, porque em toda história deste País nunca o Ministério da Educação havia repassado dinheiro diretamente para fiscalização da comunidade, o que fez a partir de 1995. Agora, os nobres Vereadores do partido que governa a Prefeitura de Porto Alegre, o PT, têm que saber que nós não temos culpa se a Prefeitura de Porto Alegre é uma daquelas que não quer que o dinheiro público seja fiscalizado diretamente pelos munícipes. Então, esse dinheiro do Ministério da Educação deve ser repassado, como é feito nas escolas estaduais do Rio Grande do Sul, diretamente de Brasília para a conta do Presidente do CPM ou da APM da escola. Aqui em Porto Alegre, não; aqui a Secretaria de Educação não permite esse repasse; ela mesma fica com o dinheiro e gerencia. Por quê? Porque continua fazendo trânsito político com o dinheiro da educação.

A proposição que levamos ao Ministro Paulo Renato de Souza há alguns anos, em 1995, foi exatamente no sentido contrário, o de fazermos com que o dinheiro público vá diretamente para a escola, sem intermediário, sem Secretário de Educação, sem político nenhum, de partido nenhum, mas da conta do Banco do Brasil em Brasília para a conta do Banco do Brasil do CPM da escola ou da APM da escola.

Isso é democracia, isso é gestão financeira aberta para a comunidade, e é por isso que me pergunto: por que o partido do Governo, por que o Governo Municipal simplesmente não aceita a democratização da escola, não aceita o repasse para a fiscalização da comunidade, que é o que nós queremos? O que ocorre em Porto Alegre é lamentável. Eu acho que o Governo Municipal dever-se-ia preocupar com a gestão democrática, deveria fazer com que o dinheiro fosse repassado diretamente ao CPM da escola, e não ficar manipulando o dinheiro que a comunidade não sabe onde está. Agora, nas escolas estaduais isso não ocorre, porque o dinheiro sai de Brasília e vai direto para a conta do CPM, que presta conta diretamente à Delegacia do Ministério da Educação. Isso é avançar. Nós queremos fazer da mesma forma com o livro didático e com outras questões importantes para a educação.

Um outro assunto que devemos debater é a vergonha do estudo por ciclos. Isso é uma vergonha que foi implantada em Porto Alegre e, se for verificado nas escolas municipais, os professores estão perdidos. É uma medida eleitoreira, só para dar números, e, lamentavelmente, a Deputada Esther Grossi incluiu também na LDB, através de um acerto de emendas que foi feito. Isso foi o maior retrocesso para a educação em nosso País. Vocês escrevam isso, porque vai ficar nos Anais desta Casa: é o maior retrocesso para a educação o estudo por ciclos. É apenas uma medida eleitoreira. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Carlos Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CARLOS GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, pela terceira vez, voltamos a ocupar esta tribuna para falar do mesmo assunto: até agora o Governo do Estado do Rio Grande do Sul, através da Secretaria de Educação e do Departamento de Esportes, não está tomando as devidas providências relativas às bolsas para atletas. Já falamos - V. Exas. são testemunhas - que o Governo do Estado está devendo sete parcelas, ou seja, deve sete meses do valor das bolsas para os atletas.

No final do ano passado, o Governador do Estado, em ato formal e solene, levou inúmeros atletas de várias modalidades esportivas e concedeu-lhes, simbolicamente, bolsas, fazendo com que esses atletas, a partir de então, pudessem, através desses subsídios, manter de maneira mais orgânica a sua vida para acompanhar os treinamentos. Qual não é a nossa surpresa: fazem sete parcelas que o Governo não tem pagado! Primeiro, disse que houve um atraso. Quando voltamos a denunciar aqui, faltava um relatório por parte dos atletas. Foi feito o relatório. Mais tarde faltava relatório por parte dos técnicos. Foi feito o relatório. Depois, foi informado que houve um atraso no envio da verba. Outra reunião foi feita.

Então, gostaríamos, precisamente, que alguém do Governo do Estado, da Secretaria de Educação ou do Departamento de Desportos, viesse de público e dissesse o que está havendo - que não há dinheiro para pagar ou que o projeto de bolsa olímpica está encerrado. O que não dá para fazer é criar expectativa, pois vários atletas - alguns trabalhavam como estagiários - largaram os seus lugares em função da bolsa. Hoje, muitas dessas bolsas são passadas para o poder particular em função de que muitos desses são universitários, estão pagando as suas universidades e estão inadimplentes. Inclusive, não sai nenhuma notícia na imprensa. Todos os dias nós vamos denunciar, porque cabe ao Governo do Estado vir de público se pronunciar. Ele tem que informar se não há dinheiro ou se o projeto não é mais viável.

Desde de junho nós estamos fazendo denúncias sistemáticas. Hoje já era para ser renovado e estar na 12ª, 13ª parcela. É inadmissível o que está sendo feito para esses atletas e familiares. Eles vêm ao nosso gabinete e dizem: “Não fomos nós que pedimos, foi o Governo do Estado que criou a expectativa”. O Governo do Estado disse que haveria um projeto olímpico de incentivo aos atletas para que pudessem treinar cada vez mais. Qual a nossa surpresa? O projeto simplesmente foi um ato formal do Sr. Governador, no Palácio, na presença de várias pessoas, mas não houve continuidade. Isso está fazendo com que as pessoas percam a sua motivação. Gostaríamos que o Governador ou representante viesse de público esclarecer esse fato.

Vamos insistir e ocupar esta tribuna tantas vezes quantas forem necessárias até que alguém do Governo faça esse esclarecimento. Muito obrigado.

 

 (Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Gilberto Batista está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. GILBERTO BATISTA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, agradeço publicamente ao Diretor do DMAE que ontem recebeu este Vereador e a comunidade do Condomínio Fernando Ferrari para solucionar um problema que há anos estava prejudicando aquele condomínio. Sensível ao pedido deste Vereador e demais moradores, o Sr. Diretor do DMAE resolveu solucionar um problema que há anos estava acontecendo. De público quero agradecer ao Sr. Diretor do DMAE por atender a este pedido tão importante daquela comunidade. Também ontem fui recebido pelo Sr. Secretário da SMAM, o Sr. Hideraldo. Levei a ele problemas graves de algumas praças do Bairro Sarandi, e o Sr. Secretário me atendeu muito bem, e está começando a solucionar aqueles problemas que lá existem em algumas praças, em especial na Praça Oliveira Rolim. Este Vereador quer agradecer publicamente pelo atendimento do Sr. Secretário, que tenho certeza irá solucionar aquele problema que é grave naquela comunidade.

Mas, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o que me traz a esta tribuna é uma reportagem que saiu na Zero Hora de domingo, dia 23 de agosto de 1998: A vida do povo no lixo. Sabemos das dificuldades daquelas pessoas para viverem o dia-a-dia desta vida difícil. O que me chama a atenção em determinado ponto desta reportagem é um cidadão que mora na Zona Norte, que veio de Santo Ângelo, e aqui, acredito que não tendo trabalho, começou a criar animais. Esses animais são abatidos, e verificamos, através da entrevista, que há um consentimento da Secretaria Municipal de Saúde, através da Vigilância Sanitária, para que isso aconteça. Custo a acreditar que a Secretaria de Saúde tenha autorizado qualquer morador daquela área a criar qualquer tipo de animal para corte. Sabemos que é comum encontrar nas áreas de subabitações pessoas criando porcos, cabras, gado leiteiro. E todos sabemos com que finalidade: os porcos são para abate, as cabras e vacas são para a venda de leite, o que muitas vezes é feito de porta em porta. Esses animais, Srs. Vereadores, em especial a bancada da Administração Popular, são criados sem nenhum tipo de controle veterinário e sempre longe da fiscalização da Vigilância Sanitária, e nós não sabemos, na realidade, para quem são vendidos esses animais e quem são os consumidores. Podemos ser nós os consumidores dessa carne de animais que se alimentam apenas de lixo, pedindo a Deus apenas para que não seja lixo hospitalar.

Não adianta a Secretaria da Saúde dizer que não autoriza esse tipo de atividade dentro da área urbana, porque basta entrarmos na Av. Castelo Branco para encontrarmos verdadeiras criações de porcos, alimentando-se, livremente, em esgotos, em lixos orgânicos e sabe-se lá o que mais.

Negamo-nos, Srs. Vereadores, a acreditar que os órgãos públicos estejam permitindo ou fazendo vistas grossas para esse problema. Fazemos aqui um alerta e pedimos ajuda da bancada da Frente Popular para que a criação de porcos, ou qualquer outro tipo de animal, seja feita longe da Região Metropolitana, em locais onde existam barreiras naturais para se evitarem epidemias e onde a fiscalização possa exercer um maior controle. Agora, Srs. Vereadores, o que mais me surpreende e o que mais me assusta é a declaração de um senhor publicada na Zero Hora, que diz: “Possuía, antigamente, cento e cinqüenta suínos; agora reduzi para vinte e cinco animais, a pedido da Vigilância Sanitária do Município. E a carne de porco que eu vendo é três reais o quilo.”

Pedimos, aqui, que a Secretaria Municipal possa manifestar-se sobre esse assunto de extrema gravidade, que é de saúde pública. Aliás, a Secretaria, em muitos pontos, está falhando. Já sabemos que a Central de Atendimentos de Consultas não existe, é precária, não funciona, que a política de saúde do Município não existe, é precária, não funciona. Agora, a Vigilância Sanitária, que cuida muito em fechar farmácias, inexplicavelmente, às vezes, deixa de controlar esse problema grave de saúde pública. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, ontem, à tarde fui surpreendido com uma notícia na Rádio Guaíba segundo a qual o companheiro Ver. Adeli Sell criticava os membros da Comissão Especial do Plano Diretor por sua ausência e se mostrava preocupado, em nome do Governo, com o andamento da Comissão Especial. Eu digo que fui surpreendido porque o teor todo da informação, através de uma nota oficial ou de uma entrevista com o Ver. Adeli Sell, pretendia fazer uma crítica àqueles Vereadores que estiveram ausentes da Comissão. Eu lembrei-me, então, que, na Comissão Especial de dezessete membros, o Partido dos Trabalhadores tem seis membros e que nós tínhamos tido, naquela quarta-feira, Ver. João Dib, três Vereadores presentes: V. Exa., o Presidente da Comissão e o Ver. Lauro Hagemann. Portanto, se os seis Vereadores do PT estivessem presentes, nós teríamos quórum de sobra para funcionar a Comissão e, portanto, se havia uma crítica a ser feita, essa crítica tinha que começar, necessariamente, pelo partido de situação e não de oposição. Aliás, quero lembrar aqui as atas das Comissões, que estão aí para serem acompanhadas, constando nelas as presenças, e que se alguém tem vindo nas reuniões são exatamente os Vereadores da oposição. Eu, inclusive, tenho sido Vereador presente permanentemente, questionando todos os nossos convidados, fazendo acompanhamento, porque, de fato, alguns Vereadores da situação não têm comparecido ou chegam atrasados ou saem mais cedo. Eu não vou ficar de fiscal de ninguém. Acho que não cabe a nenhum Vereador ser fiscal. Agora, não vou aceitar que se queira utilizar oportunisticamente o espaço da mídia para fazer crítica aos Vereadores de oposição quando os de situação não comparecem.

Então, quero deixar este registro muito claro. Estava na Casa, não vim porque não quis, porque, se os Vereadores de situação não dão a sua presença, não há por que os Vereadores de oposição virem aqui dar a sua presença. Eu já cansei de ficar dando quórum, aqui, para salvar a situação. Eu acho que nós temos que ter bem clara essa divisão de funções. Fazer críticas! Elas são cabíveis. Agora, primeiro se cumpra a nossa parte.

Em segundo lugar, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu quero fazer um registro, sobretudo levando em conta que as nossas sessões são públicas e são retransmitidas pela televisão, sobre uma denúncia pública que fiz nesses últimos dias e que envolve campanha eleitoral. Eu tenho procurado eliminar as questões de campanha eleitoral aqui, do nosso Plenário, mas não quero calar em relação à denúncia que fiz, através da mídia, nesta semana, sobre a prática da baixa qualidade desenvolvida por setores de oposição na Cidade de Cruz Alta, muito especialmente no Campus da Universidade. Quero deixar bem claro que não envolve ninguém presente aqui nesta Casa, mas acho que tem que ficar como alerta a todos que estamos envolvidos na campanha eleitoral que não se pode baixar o nível da campanha, produzindo documentos apócrifos, utilizando nomes de candidatos e, sobretudo, chegando em nível de pornografia, como aconteceu no Campus da Universidade de Cruz Alta, com cujo reitor, ontem, eu conversei e troquei algumas idéias...

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Gerson Almeida.)

 

Sr. Presidente, eu gostaria que o Ver. Gerson Almeida cumprisse o Regimento e deixasse eu falar, porque a mim ninguém assusta nessas interrupções fora do Regimento.

 

O SR. PRESIDENTE: Solicito, por favor, aos Srs. Vereadores que não intervenham de forma anti-regimental e permitam que o Vereador possa concluir o seu raciocínio.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Obrigado, Sr. Presidente. Estou tocando nesse assunto porque não é a primeira vez que em campanhas eleitorais, inclusive aqui em Porto Alegre, se distribuem documentos apócrifos de baixa qualidade. Há algum tempo - e todos os Vereadores aqui receberam - foi distribuído um documento absolutamente anônimo contra o PDT. Quando o documento chegou ao meu gabinete e os meus funcionários me entregaram o mesmo, simplesmente pedi a eles que o rasgassem e o jogassem fora, porque documentos que agridem seja o ex-Governador Leonel Brizola, seja o nosso companheiro Vereador, candidato ao Senado, Pedro Ruas, seja quem for, não devem ser levados a sério e não devem ser considerados numa campanha eleitoral. Campanha eleitoral nós fazemos com crítica forte, se for preciso, mas respeitosa, acima de tudo. Isso que se está produzindo e tentando distribuir até agora, no Campus Universitário de Cruz Alta, quem sabe lá poderá aparecer em outros campus universitários. É o tipo da coisa que não se pode admitir. Nenhum candidato pode ser agredido na sua individualidade, na sua honra e na sua imagem pública. O caso do Presidente da República é mais grave, porque é o Presidente da República, mas isso vale para um Vereador, vale para um Governador, isso vale para um Prefeito. Crítica, sim. Eu sempre tive a honra de dizer que fui crítico forte do ex-Prefeito João Antônio Dib, mas jamais o agredi e, por isso, me tornei amigo dele ao longo dos anos.

Então, quero fazer esses dois registros: não aceito a crítica em relação ao Plano Diretor, porque em primeiro lugar temos que ter aqui a presença dos Vereadores da situação e, por outro lado, quero lamentar esse comportamento de setores de oposição, distribuindo documento apócrifo e pornográfico pretendendo atacar a honra do Presidente da República. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

 

O SR. PRESIDENTE: A Vera. Maria do Rosário está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, a Bancada do Partido dos Trabalhadores tem uma série de considerações a fazer na manhã de hoje aos colegas Vereadores desta Casa, à Cidade de Porto Alegre. Quero dizer que nos preocupa, sobremaneira, que algumas questões sejam colocadas nesta tribuna sem uma devida avaliação, nos parece.

O Vereador que ocupou esta tribuna anteriormente registrou que os repasses da Prefeitura Municipal de Porto Alegre são feitos às escolas e não aos CPMs.

Ora, quem acompanha a luta da educação pública neste País sabe que, durante muitos e muitos anos, nós lutamos justamente para que não existisse a necessidade - e nas escolas não existe essa necessidade - de que entidades de cunho privado, mesmo que representantes da comunidade escolar tivessem de suprir aquilo que deve funcionar a partir do Poder Público na escola... Nós somos absolutamente contrários ao repasse de recursos públicos para entidades privadas em educação e qualquer atividade pública. Fazemos convênios, sim, mas as escolas têm que ser sustentadas pelo Estado, pelo Poder Público. E quando o Governo Federal estabelece políticas de repasse aos CPMs, acho que, aí sim, se estabelece, mais uma vez, o clientelismo.

Quero dizer do meu respeito absoluto e da nossa Bancada às organizações de pais e mestres, porém elas foram criadas no tempo da ditadura, em que era proibido manter um sindicato para os professores, e queremos dizer que as escolas precisam ser sustentadas pelo Poder Público, sem intermediários. Os CPMs devem, sim, reunir a comunidade de forma livre, discutir pedagogia, escola, mas em separado do repasse de recursos públicos. São entidades privadas - não se perca de vista isso - e não devem servir para o clientelismo político.

Srs. Vereadores, quero-me referir também à fala do Vereador que me antecedeu, no que ele tratou sobre documentos apócrifos, que nós não sabemos exatamente quais são -  referiu-se a Cruz Alta.

Quero dizer aos Senhores que o Ver. Antonio Hohlfeldt, na verdade, quando traz a esta tribuna o debate sobre a pauta eleitoral e demonstra críticas a setores de oposição, como ele assim chamou, nós absolutamente não nos sentimos atingidos porque a nossa campanha está sendo do mais alto nível, propositiva, crítica, sim, porque se vendeu o Estado, a CRT, a CEEE, se extinguiu a Caixa Econômica Estadual. Na verdade, os documentos que circulam por este País são documentos da atual situação, da atual direção deste País, que, num absurdo político, num verdadeiro “frankenstein”, permitiu, a partir da compra de votos no Congresso Nacional, que o atual Presidente seja candidato. Eu pergunto aos Senhores e às Senhoras: quando é o Presidente e quando é o candidato? Quando é o Governador do Estado, mesmo que licenciado, numa manobra, depois de organizar todo o “staff” e o Estado a seu serviço, e quando é o candidato? E as obras, os cheques, que, uma vez por semana, são levados de helicóptero para os municípios como se dádivas fossem, são atos do Governador licenciado ou do candidato? Essa confusão entre Estado, entre Poder Público, entre recursos públicos e candidaturas é imoral! É imoral o processo que permitiu a possibilidade de reeleição! Mas, seguramente, cada homem, cada mulher deste País afora, e deste Estado especialmente, que nos orgulha por ser um estado crítico, politizado, à frente, por que não dizer, de muitos outros, saberá fazer a leitura e a comparação entre a propaganda eleitoral, entre os candidatos - governador e presidente - e a vida que as pessoas estão levando, quando o último pacote que o Governo diz ser para enfrentar o desemprego, aí, como o Presidente, propõe à sociedade que as pessoas se desempreguem, que as pessoas entrem no seguro-desemprego para que possam existir mais vagas no mercado de trabalho.

Ora, Srs. Vereadores, ontem fechou uma fábrica em Novo Hamburgo; a Perdigão fechou na região da Serra, demitindo mais de cento e cinqüenta trabalhadores. São postos de trabalho que estão deixando de existir! Portanto, não é um documento apócrifo, ou outro que eu não conheço, mas que - quero dizer aos Senhores - é uma campanha da atual situação, em que se gastam milhões de reais para se venderem ilusões e falsidades.

Quero concluir o meu pronunciamento dizendo a vocês que hoje a Frente Popular tem o seu comício no Largo Glênio Peres, e, certamente, se nós ganharmos esta eleição, a crise da Rússia não vai chegar aqui. De outro modo, a crise das bolsas está somente sendo adiada. Depois da eleição, o nosso povo vai viver uma grande recessão, porque nós estamos segurando toda a conta, tudo no salário baixo, tudo no desemprego, tudo no dinheiro que os Secretários da Fazenda entregaram para as grandes empresas e que estão retomando agora para as suas candidaturas. De onde vem tanto dinheiro para quem foi Secretário da Fazenda, para quem foi Secretário da Administração, para quem foi secretário disso ou daquilo? - pergunto a vocês. Tenho certeza de que a população saberá responder, pois veio muito do FUNDOPEM, que financiou grandes empreendimentos. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

 

O SR. PRESIDENTE: Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

O SR. RENATO GUIMARÃES (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro que seja alterada a ordem dos projetos na Ordem do Dia para a seguinte ordem: PR nº 011/98, PLE nº 015/98, PELO nº 003/96, PLL nº 060/94, PLL nº 067/98, PLL nº 011/98.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do Ver. Renato Guimarães. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

 

VOTAÇÃO NOMINAL

 

PROC. 0808/98 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 011/98, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Dr. Luiz Fontanive Ferreira.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Nereu D’Ávila: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Antonio Hohlfeldt: pela aprovação do Projeto.

                                     

Observações:

- para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA - art. 82, § 2º, V, da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;

- adiada a votação por uma Sessão;

- encaminharam a matéria os Vereadores: I.Ainhorn, J.Azambuja e M.doRosário.

 

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação nominal o PR nº 011/98. (Pausa.) (Após a chamada.) APROVADO por 28 votos SIM.

Srs. Vereadores, Ver. Gerson Almeida, V. Exa. fez um Requerimento à Mesa na Sessão passada. Eu solicitei que fosse por escrito, e V. Exa. assim o fez. Nós estamos aqui com toda a resposta ao seu pedido. Passo às mãos de V. Exa.

 

O SR. GERSON ALMEIDA: Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 1354/98 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 015/98, que altera a redação do art. 4º da Lei nº 4080, de 15 de dezembro de 1975, e dá outras providências. (composição do Conselho Deliberativo do DMLU). Com Emendas nºs 01 e 02.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. João Motta: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Antônio Losada: pela aprovação do Projeto.

 

O SR. PRESIDENTE: Discussão geral e votação do PLE nº 015/98.

Requerimento do Ver. Paulo Brum relativo ao processo referenciado, que pede dispensa do envio da Emenda nº 01 para apreciação das Comissões Permanentes.

Requerimento da Vera. Maria do Rosário relativo ao mesmo processo, solicitando dispensa do envio da Emenda nº 02 para apreciação das Comissões Permanentes.

Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que os aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADOS.

 

(Obs.: Foi apregoado Requerimento de votação em destaque da Emenda nº 01 ao PLE nº 015/98 do Ver. Renato Guimarães, conforme consta na Ata.)

 

O SR. JOÃO DIB (Esclarecimento): Sr. Presidente, em que condição está sendo votado esse Projeto de Lei nº 15/98? O Projeto de Lei tem dois Pareceres, da Comissão de Justiça e da Comissão de Transportes e Habitação. Acho que a Comissão de Finanças deveria ter-se pronunciado, sem dúvida nenhuma.

 

O SR. PRESIDENTE: Eu concordo com V. Exa. que, nesse caso, está faltando a Comissão de Finanças. A Assessoria e o Sr. 1º Secretário estão-me informando que, como é uma alteração do Conselho e não mexe nas finanças, propriamente ditas, entendem não ser necessário ser ouvida a Comissão.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, eu me rendo à maioria, é claro; mas o Projeto mexe em quem manobra o Orçamento e as finanças do Departamento de Limpeza Urbana. Mas tudo bem.

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. João Dib, eu também me sinto um voto vencido, porque entendo como V. Exa.

Ver. João Dib, V. Exa. poderia requerer que a Comissão de Finanças e Orçamento fosse ouvida, através de requerimento, se assim entender V. Exa.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO (Esclarecimento): Sr. Presidente, Srs. Vereadores, de acordo com o Regimento, cabe ao 1º Secretário fazer a designação das Comissões e até agora, em todas as designações de Comissões, de proposições por mim determinadas, não foram questionadas. Acho que está correto o questionamento, mas quero esclarecer ao Sr. Presidente e ao nobre Ver. João Dib que este 1º Secretário entendeu que essa alteração não envolvia a questão financeira, e a CUTHAB, de acordo com o Regimento, é a Comissão competente para a avaliação desse tipo de processo, além da Comissão de Constituição e Justiça. É a opinião deste 1º Secretário, que se baseou nas disposições do Regimento e das atribuições que são cabíveis à CUTHAB. Mas recebo as críticas, mas ainda mantenho minha posição de que não era o caso de passar pela Comissão referenciada pelo Ver. João Dib.

 

O SR. PRESIDENTE: Agradeço a V. Exa. pelo esclarecimento, Vereador.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES (Esclarecimento): Também quero agregar às explicações ao Ver. João Dib que a iniciativa do Projeto não muda em nada o caráter do Conselho, só trabalha a questão das entidades que compõem o Conselho. Não muda as atribuições do Conselho; mexe só nas entidades que o compõem.

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. João Dib, V. Exa. mantém seu Requerimento?

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, eu não fiz um requerimento. Coloquei uma dúvida e continuo com a mesma dúvida. Acho que a Comissão de Finanças, desde que trate do Conselho Deliberativo... E a deliberação se faz sobre as finanças, sobre o orçamento, sobre a compra, sobre a licitação. Tudo diz respeito a finanças. Mas tudo bem, aceito a colocação de todos.

 

O SR. PRESIDENTE: Mas se vamos retirar duas entidades, alteramos a composição.

O SR. GUILHERME BARBOSA (Esclarecimento): Concordo com V. Exa. e até com o Ver. João Dib de que é um tema polêmico e talvez fosse melhor passar pela CEFOR. Neste caso específico, no entanto, são retiradas do Conselho entidades que nunca apareceram, e uma delas inclusive solicitou formalmente sair. Muda a composição, sim. No entanto, é uma situação muito clara de que não teria nenhuma questão de debate no que diz respeito à questão financeira.

 

O SR. PRESIDENTE: Eu pergunto à Liderança petista se poderíamos ter o Parecer da Comissão de Finanças e na Sessão seguinte, segunda-feira, colocarmos em votação essa matéria.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Em nome da Liderança do PT, Sr. Presidente, quero dizer que no art. 37, que trata das funções da CEFOR, não se verifica nenhum dispositivo que obrigue esse Projeto a passar pela Comissão. É do entendimento da Liderança do PT, para não haver dúvidas na avaliação deste Projeto, que ele deve ser apreciado nessa Comissão. Concordamos, no sentido de fazer um consenso e para que não sejam suscitadas dúvidas na avaliação dessa proposição.

 

O SR. PRESIDENTE: Agradeço muito a compreensão de V. Exa.

Solicito a nossa Diretora Legislativa a retirada desta proposição da Ordem do Dia para que a Comissão de Finanças seja ouvida o mais rapidamente possível para que essa proposição volte à Ordem do Dia logo em seguida.

 

VOTAÇÃO NOMINAL

 

2º TURNO

 

PROC. 1612/96 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 003/96, de autoria do Ver. Elói Guimarães, que altera dispositivos da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre. (Substituição do Prefeito) Com Emenda nº 01.

 

Parecer:

- da Comissão Especial. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.          

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA, em ambos os Turnos – art. 130, § 6º, do Regimento da CMPA;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o PELO nº 003/96. Já foi votado em primeiro turno. Estamos votando em segundo turno. O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, no que se refere ao Parecer da douta Comissão de Justiça, favorável à proposição do nobre Ver. Elói Guimarães, eu, como engenheiro, tenho de colocar as minhas dúvidas.

O Projeto está propondo que, no caso de impedimento do Presidente da Câmara, assumirá o Procurador-Geral do Município, ou seja, esse cargo demissível “ad nutum” passa, por lei da Câmara, a exercer o cargo de Prefeito Municipal. A Constituição Federal é clara, precisa e concisa, quando diz que o Presidente será substituído pelo Presidente da Câmara Federal, pelo Presidente do Senado ou, então, pelo Presidente do Superior ou Supremo Tribunal de Justiça. Eu não tenho a Constituição em mãos. Eu nunca sei qual é o Superior, o Supremo ou o maior, mas é a autoridade maior do Judiciário, e o Governo Federal, assim como o Governo Estadual, tem três Poderes. No caso dos municípios, nós temos somente o Poder Legislativo e o Executivo. Então, não haveria como fazer a substituição do Prefeito por uma autoridade judiciária. Há alguma dificuldade que eu, engenheiro, não consigo vencer. A Lei Orgânica do Município não pode dar a alguém a possibilidade de ser nomeado Prefeito. O que vem sendo feito no Município até hoje está absolutamente correto: o Prefeito é substituído pelo Vice-Prefeito ou pelo Presidente da Câmara. No caso de impedimento dos três, um Secretário ou o Procurador-Geral responde pelo expediente da Prefeitura, mas não são Prefeitos. Eu, como Secretário do Governo, respondi pelo expediente da Prefeitura durante vinte dias e era candidato a Vereador na mesma oportunidade, e não havia impedimento legal nem eleitoral. Parece-me que nós não podemos, de forma nenhuma, criar na Lei Orgânica uma nomeação de Prefeito. Não sei se me faço entender, já que eu não sou jurista, e é difícil, porque engenheiro só sabe dizer que dois mais dois são quatro. Eu acho que não podemos nomear ninguém Prefeito. A idéia, eu entendo, foi para terminar aquela história de quem substitui o Prefeito. A Lei Orgânica diz: “O Presidente da Câmara Municipal...”. Se não for o Presidente da Câmara Municipal, ninguém mais substitui o Prefeito na Câmara Municipal. O Presidente é aquele que é eleito para tal. Hoje, o Presidente é o Ver. Luiz Braz. É o único que, na linha de sucessão do Prefeito, pode substituí-lo eventualmente.

Acho que o Projeto do Ver. Elói Guimarães talvez devesse ter a votação adiada para que se pudesse estudar melhor. Caso contrário, acho que deve ser rejeitado. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para encaminhar o PELO nº 003/96.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na verdade, esse Projeto de Emenda à Lei Orgânica já foi apreciado, como determina a Lei Orgânica, numa primeira Sessão, e vamos apreciá-lo agora na segunda e definitiva Sessão.

Esse Projeto é da lavra do Ver. Elói Guimarães que, com sentido acurado, tanto no aspecto de ordem jurídica, quanto no aspecto político da importância da matéria que trata, na verdade completou uma lacuna que os Vereadores constituintes da Lei Orgânica não se ativeram quando da sua elaboração.

Quando o Prefeito precisa se ausentar, assume o Vice-Prefeito; se o Vice-Prefeito também precisar se ausentar, assume o Presidente da Câmara de Vereadores. Porém, em um período eleitoral, quando o Presidente da Câmara é candidato, para não ficar inelegível, não pode assumir esse cargo. Neste caso há uma lacuna na lei e fica ao alvedrio de quem for Prefeito designar quem irá substituí-lo. As dúvidas suscitavam: seria o Secretário mais antigo, seria o Procurador, o Secretário de Governo? Na verdade, há uma lacuna na Lei Orgânica do Município, que, de forma acurada e com a sensibilidade política do Ver. Elói Guimarães, agora está sendo resolvida. A Emenda prevê que nesses casos assume o Procurador, que é quem tem competência para representar o Município na lide judicial, tendo toda a legitimidade para assumir no que tange aos membros do Poder Executivo.

Parece-nos que a Emenda proposta pelo Ver. Elói Guimarães é inteligente e vem a suprir uma lacuna. Por exemplo, Ver. João Dib, o seu colega Isaac Ainhorn já assumiu como Prefeito. Estava certo? V. Exa. diz que estava errado, não pela qualidade política do Ver. Isaac, mas porque não teria competência legal para fazê-lo. Portanto, uma providência como esta do Ver. Elói Guimarães é extremamente oportuna e vem suprir esse vazio.

Ver. João Dib, se V. Exa. não aprovar a proposta do Ver. Elói Guimarães, esse problema vai novamente ser suscitado. Então, Ver. João Dib, que levanta esta questiúncula jurídica de ordem política, não é uma questão que mereça essa consideração, porque hoje fica uma lacuna na Lei Orgânica. Vereadora Clênia Maranhão, eu pergunto: se não tivermos esta Emenda da Lei Orgânica aprovada, quando o Presidente da Câmara não puder assumir, quem irá assumir, qual é a disposição? E vamos deixar esse vazio? Então, Vereadora, não há nenhuma agressividade nisso, mas há, sim, a preocupação desta Câmara em suprir esta lacuna, e esta proposta nos parece adequada. Pode ser que existam outras propostas, no entendimento de V. Exa., que tivessem uma melhor elaboração, mas assim como está hoje não pode ficar porque, na ausência do Vice-Prefeito, na ausência do Presidente da Câmara, não se sabe, no Município, em um cargo tão importante, quem deva ocupar o cargo de Prefeito.

É por isso que defendemos essa proposta do Ver. Elói Guimarães, sempre dizendo que, por óbvio, poderia haver outra solução, mas o que não pode ocorrer é que permaneça essa lacuna na Lei Orgânica, na legislação municipal no que tange à substituição do Prefeito. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Cláudio Sebenelo para encaminhar o PELO nº 003/96.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, encaminho um trabalho elaborado pelo competente Ver. Elói Guimarães, da Bancada do PDT, a respeito do preenchimento do cargo de Prefeito na ausência dele e dos seus substitutos em quarta instância, consumidas as instâncias de Vice-Prefeito e de Presidente da Câmara Municipal.

A discordância deste Vereador em relação ao Projeto do Ver. Elói Guimarães reside no fato de que, se foi consumida a linha sucessória Executiva, por que não fazê-lo em relação à linha sucessória do Legislativo? Por que a nomeação do Diretor do Foro da Comarca como substituto do Prefeito na ausência do Vice-Prefeito, do Presidente da Câmara e do Procurador-Geral do Município, quando o prazo exceder a três dias? O Diretor do Foro da Comarca, quando não se extinguir em três dias a ausência do Prefeito, assumirá o cargo o Procurador-Geral do Município. Parece-me que essas duas figuras do Executivo, quando na ausência do Prefeito e do Vice-Prefeito... Passa para o Legislativo a substituição. A linha de seqüência deveria ser também o Legislativo, que teria muito mais legitimidade e, muito mais, sanção do voto dos eleitores, através de uma linha legislativa. Isto é: o Presidente; na ausência do Presidente, o Vice-Presidente da Câmara e toda a linha sucessória, menos um cargo que fosse de nomeação do Prefeito e sim da escolha do eleitorado. Penso que esse seria o raciocínio fundamental num projeto que evidentemente é competente, é oportuno, de parte do Ver. Elói Guimarães. Se isso for possível, não vejo nenhuma outra validade do que na extinção da possibilidade da substituição do Sr. Prefeito, na sua ausência por mais de três dias, não sendo o Presidente da Câmara, o 1º Vice-Presidente da Mesa Diretora da Câmara Municipal, que tem a chancela do eleitorado, que tem a legitimidade do mandato e que tem, diferente do Procurador e do Diretor do Foro, indiscutivelmente, muito mais legitimidade e tem a assinatura do povo de Porto Alegre, que no caso deve prevalecer sobre cargos que são da confiança pessoal do Sr. Prefeito Municipal. É preferível, neste caso, numa eventualidade de não estar o Presidente da Casa em Porto Alegre, coincidindo com a ausência do Prefeito e Vice-Prefeito, a linha de sucessão legislativa que é a seguinte à Executiva.

No Município existem apenas dois Poderes - o Legislativo e o Executivo. O Município se submete, por não ter Judiciário, ao Judiciário Estadual. Não há por que seguir a linha sucessória legislativa, no caso. Eu acho que esta tese deverá vingar pela sua legitimidade. Então, nós nos propusemos a rediscutir o competente trabalho do Ver. Elói Guimarães. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para encaminhar pelo PDT o PELO nº 003/96.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, a ordem sucessória, a partir do Presidente da Câmara, na legislação atual, tem recebido tratamento diversificado, porque não existe uma norma que defina quem vai responder, na ausência dos respectivos titulares, pela Prefeitura, pelo Município. Então, é imprescindível votar a Lei Orgânica desse dispositivo.

Algumas dúvidas, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, trazidas aqui pelo eminente Cláudio Sebenelo não se sustentam na medida em que, para se chegar à Prefeitura, é imprescindível que haja a presença da Câmara, que se dará na pessoa do Presidente e na dos Vice-Presidentes. Só será chamado, na forma da Lei Orgânica atual, a assumir a Prefeitura quem estiver no exercício da Presidência da Câmara Municipal de Porto Alegre. Por outro lado, dada a natureza do Legislativo, é óbvio que o chamamento do Procurador-Geral, na ausência das autoridades nominadas, só se dará em caráter temporário e em situação excepcional, porque, se o Prefeito Municipal é uma singularidade, é uma individualidade, o Vice-Prefeito é uma individualidade, a Câmara, não. A Câmara é um coletivo, um corpo de Vereadores que terá, naturalmente, o mecanismo de substituição. Só em caráter excepcional poderia, eventualmente, termos a presença de um secretário - no caso o Procurador-Geral - por algum tempo, porque, eliminando os períodos eleitorais, exemplificativamente, o Presidente da Câmara é candidato a um cargo eletivo e se torna impedido: evidentemente que substituirá neste período, se chamado no Executivo, o Vice-Presidente da Casa.

Então, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é ínsito nesta disposição o caráter de temporariedade. E essa temporariedade nada mais é do que responder pelo expediente da Prefeitura, porque não há a possibilidade de permanência definitiva. Não há uma permanência definitiva, pelo caráter coletivo da Câmara. Haverá de sempre ter o Presidente da Câmara, mesmo que circunstâncias tais ocorram, e este será chamado. Excepcionalmente, poderá - como tem acontecido: viajou o Prefeito, o Vice-Prefeito, o Presidente da Câmara, coisas desta ordem - ser chamado o Secretário, e, no caso, estamos apenas indicando que o chamado será o Procurador-Geral do Município, por todas as razões que já têm se demonstrado, porque ele efetivamente representa a legalidade, é quem representa o Município na relação jurídica, nos contratos e em juízo. Nesse sentido é esse o objetivo da nossa proposição: trazer, na ordem sucessória, respondendo evidentemente pela Prefeitura. Porque o que tem acontecido normalmente é que o Prefeito nomeia o Secretário de Governo, já nomeou o Procurador-Geral ou outro Secretário do Município.

Então, não vejo nenhuma dificuldade, porque é da essência da substituição ou da sucessão o caráter eminentemente temporário dado o caráter coletivo da Casa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Juarez Pinheiro): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar o PELO nº 003/96.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, acredito que o projeto está, na verdade, incompleto, porque existem situações diferenciadas em que o Presidente da Câmara pode ser substituído ou não nos seus impedimentos.

Por exemplo, Ver. João Dib, se eu fosse candidato a algum cargo neste exato instante, eu estaria impedido de assumir a Prefeitura Municipal no impedimento do Prefeito e do Vice. Se o 1º Vice-Presidente da Câmara não concorresse, assumiria, de acordo com o entendimento que foi feito até aqui, o 1º Vice-Presidente, só que o Ver. Juarez Pinheiro chama a atenção de um caso importante: por simetria à Constituição Federal, nós não poderíamos, aqui, ter esta linha sucessória. Então, no caso de impedimento do Presidente da Câmara por motivo de ele concorrer a algum cargo, não poderia suceder ao Prefeito, no caso do seu impedimento e do impedimento do Vice, e sim o 1º Vice-Presidente. E, aí, o raciocínio está absolutamente correto.

Mas imagine, Ver. Elói Guimarães, que o Presidente da Câmara faça uma viagem de representação e seja substituído pelo 1º Vice-Presidente. Ora, diz também a legislação que, neste caso, no caso da ausência do Presidente, o 1º Vice-Presidente assume as funções de Presidente na sua integralidade. Torna-se Presidente da Câmara com todos os encargos e ônus que traz a função. Um desses encargos, Ver. Elói Guimarães, seria o de substituir o Sr. Prefeito ou o Vice-Prefeito, no caso do impedimento de ambos. Há dois importantes momentos que devem ser registrados no Projeto: o momento em que o Presidente não pode assumir por um impedimento legal, porque vai concorrer - então faz-se realmente uma linha sucessória diferente - e, no caso do Presidente estar doente ou viajando, onde o Vice-Presidente assume na íntegra as funções da Presidência. São duas funções diferentes e acredito que elas não estão bem claras no Projeto de V. Exa. 

O Vereador tem o grande mérito de tentar, pelo menos, conduzir esta Casa para esclarecer uma dúvida que nos assalta a cada momento em que esta situação se apresenta. Muitas vezes, tivemos aqui, no impedimento do Presidente da Câmara, na ordem sucessória, a Mesa chegando praticamente até o Secretário para que ele assumisse no caso de impedimento de Prefeito e Vice-Prefeito. Tivemos um caso em que o ex-Vereador Nelson Castan assumia a Prefeitura Municipal por um ou dois dias exatamente pelo impedimento dos outros membros da Mesa da Câmara Municipal. Acho que essas duas situações precisam estar bem claras, até porque, no Direito Público, só se admite aquilo que está escrito na lei, não se admitem interpretações das lacunas, e para chegarmos a essas duas conclusões precisaríamos de interpretações.

Acho que a linha sugerida pelo Ver. Elói Guimarães, com as emendas, nos traz um avanço, que avança porque nos dá uma direção, nos dá um norte, mas acho que é incompleta ainda, porque não deixa claras as duas situações possíveis de impedimento do Presidente da Câmara Municipal para fazer a substituição no impedimento do Prefeito e Vice-Prefeito. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para encaminhar como autor do Projeto.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, eu estive atento à brilhante intervenção do Presidente da Casa, Ver. Luiz Braz, e eu tentava um aparte, mas, tratando-se de encaminhamento, regimentalmente não pode haver aparte.

Mas quando o Ver. Braz diz que o Vice-Presidente assumiria, na medida em que o Vice-Presidente da Casa assume e se der a vacância, a substituição, o impedimento na área do Executivo, o Vice-Presidente é reconduzido para a Prefeitura porque ele está exatamente na plenitude do exercício da Presidência. Exemplificativamente, vamos trazer um exemplo que me parece, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que pode melhor clarificar a discussão. Suponhamos que o Prefeito, Vice-Prefeito sejam candidatos, ou por outra razão, e também candidato o Presidente da Casa, Ver. Luiz Braz. O Ver. Luiz Braz continuará na Presidência da Câmara, mas não poderá assumir o Executivo porque é candidato - se daria a incompatibilidade. Exatamente nesses casos que têm acontecido, quando se chama o Secretário de Governo ou até já se chamou o Procurador-Geral do Município, são exatamente nesses casos pró-tempo, temporários, excepcionais, que será chamado, no caso, na forma da nossa proposição, o Procurador-Geral.

A discussão toda está girando em torno de quem deve o Prefeito convocar. Eu não estou trazendo nada, não estou inovando nada, apenas dizendo à Casa, à Câmara... O projeto, a lei está dizendo quem será convocado, se o Secretário de Governo, o Secretário da SMOV, o Secretário da SMIC, etc. Nós apenas estamos dizendo quem o Prefeito chamará. Chamará o Procurador-Geral do Município, ao invés de chamar o Secretário de Governo ou o Secretário da SMOV. Então, as coisas continuam todas como estão. Não há modificação substancial, vejam bem. O projeto, Ver. João Dib, não acrescenta nada, não cria nada. O projeto apenas indica quem é que será chamado. Hoje se chama o Secretário de Governo; já se chamou o Procurador do Município. Então, esta liberdade irrestrita que tem o Prefeito de fazer não terá mais. Ele terá que chamar o Procurador-Geral do Município, por todas as razões que nós já discutimos aqui, por se tratar de alguém que senta na mesa do juiz, representa o Município, do ponto de vista jurídico, nas relações que envolvam a legalidade. Então, é nesse sentido.

Sr. Presidente e Srs. Vereadores, fica extremamente claro que nós não estamos criando nada, nós não estamos acrescentando nada. Nós apenas estamos dizendo que, nas circunstâncias atuais, o Prefeito Municipal, ao indicar, ao chamar para responder pela Prefeitura um de seus Secretários, fará na pessoa do Procurador-Geral do Município. E também a argumentação trazida pelo Ver. Cláudio Sebenelo no sentido de incluir o Vice-Presidente da Casa criaria uma situação de contradição, a menos que ele assuma a Presidência. Se ele assumir a Presidência e se abrir a vacância, vai assumir o Vice-Presidente lá, e não será chamado o Procurador-Geral. O Procurador-Geral será chamado, como o Prefeito tem chamado, vejam bem, o Secretário de Governo, o secretário desta ou daquela secretaria, como já chamou o Procurador-Geral do Município. Então, o que nós estamos apenas e tão-somente fazendo é normatizando o ato de convocação do Prefeito Municipal. Em vez de convocar “a”, “b”, “c” ou “d”, ele vai convocar, na forma da disposição, na forma da norma, vai convocar o Procurador-Geral do Município de Porto Alegre.

Então, me parece, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que a matéria não oferece, a meu juízo, nenhuma dificuldade nesse sentido. Fica, portanto, a nossa manifestação, atendendo, inclusive, a uma das regras do Direito Administrativo, que estabelece, no seu princípio basilar, que o administrador só pode, só deve proceder na conformidade do que a lei determina. O administrador só pode agir no campo do Direito Administrativo se houver regras estabelecidas. É diferente do Direito Privado, onde podemos agir desde que a lei não proíba. No Direito Administrativo é diferente. Alguém da platéia, no Plenário, me fazia um sinal negativo, e eu quero reafirmar esse ponto de vista: em matéria do Direito Administrativo, só se pode agir de forma positiva, ou seja, há necessidade de existir o regramento, diferentemente do Direito comum, onde eu posso fazer o que a lei não me proíbe; no Direito Administrativo, a lei tem que me autorizar, tem que me determinar. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 003/96. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) REJEITADO por 04 votos SIM e 14 votos NÃO. Prejudicada, portanto, a Emenda nº 01 a ele aposta.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, só para comunicar que nós vamos pedir renovação de votação.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, a deliberação, num processo dessa natureza, é por maioria qualificada de vinte e dois votos. O quórum, consoante o número de Vereadores e de votos informado por V. Exa., foi de quatorze mais quatro, ou seja, dezoito Vereadores.

 

O SR. PRESIDENTE: Havia quórum para deliberação, mas não havia quórum para a aprovação do processo. Esse quórum, legalmente, nos possibilita continuar com a Sessão; apenas não possibilita a aprovação do Projeto porque não há os 22 votos necessários.

 

O SR. PEDRO RUAS (Questão de Ordem): Eu pergunto a V. Exa. se nós não deveríamos, até para concluirmos pela não-aprovação, ter o quórum estabelecido pela Lei Orgânica e pelo Regimento.

 

O SR. PRESIDENTE: O art. 82 da Lei Orgânica do Município diz: “A Câmara Municipal deliberará, pela maioria dos votos, presente a maioria absoluta dos Vereadores, salvo as exceções previstas nesta Lei Orgânica e nos parágrafos seguintes”. Não existe aqui essa exceção levantada por V. Exa. Então, nós só não tivemos votos suficientes para aprovar o Projeto em segundo turno, mas o Ver. Juarez Pinheiro diz o que legalmente é possível se fazer: manifestar a intenção de pedir a renovação de votação, o que poderia corrigir, num outro momento, o resultado negativo na apreciação do Projeto.

 

O SR. PEDRO RUAS: Para aprovar a renovação, obviamente nós teríamos a necessidade apenas de maioria simples.

 

O SR. PRESIDENTE: Sim, qualquer requerimento, para ser aprovado, exige a maioria simples.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu só quero saber se a Bancada do PDT votou a matéria, porque eu estou vendo os Vereadores questionarem a votação, mas eu não vi o voto deles.

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador, posso-lhe informar que nós tivemos dezoito Vereadores em Plenário e que os votos não foram suficientes para a aprovação da matéria. Num outro momento, eu poderei fornecer a V. Exa. a relação dos Vereadores que votaram. Agora eu teria dificuldade; teria que parar os trabalhos para fazer a conferência.

 

O SR. PEDRO RUAS (Questão de Ordem): Havendo qualquer questionamento sobre o voto da Bancada do PDT, informaremos assim que nos perguntar, ou publicamente, desse microfone.

 

RENOVAÇÃO DE VOTAÇÃO

 

PROC. 1019/94 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 060/94, de autoria do Ver. João Dib, que oficializa, como Hino de Porto Alegre, a canção “Porto Alegre Valerosa” e dá outras providências. Com Emenda nº 01.

 

Pareceres:

 - da CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;

 - da CECE. Relatora Vera. Clênia Maranhão: pela aprovação do Projeto e da Emendas nº 01.

 

Observação:

- renovação de votação nos termos do art. 196 do Regimento da CMPA.

 

O SR. PRESIDENTE: Em renovação de votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o PLL nº 060/94 permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, contra o voto do Ver. Cyro Martini.

 

O SR. ADELI SELL: Solicito verificação de votação do PLL nº 060/94.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o PLL nº 060/94. (Após a chamada.) Oito votos SIM, 08 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO. Cabe a esta Presidência decidir pelo voto de Minerva, no qual voto “não”. REJEITADO por 08 votos SIM, 09 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO. Fica prejudicada, portanto, a Emenda nº 01 a ele aposta.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 1493/98 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 067/98, de autoria da Vera. Anamaria Negroni, que proíbe a comercialização do brinquedo “Triops” no Município de Porto Alegre.

 

Observação:  

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 067/98. (Pausa.) Não havendo quem queira discutir, em votação.

O Ver. Jocelin Azambuja está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, realmente, temos visto uma gama de produtos colocados no mercado dirigidos à população infantil que agridem, que são nocivos para as crianças. Isso tem estimulado fatos negativos. Vejam a violência que temos hoje registrada nos jornais envolvendo crianças. Hoje mesmo, no jornal Zero Hora, vemos crianças serem esfaqueadas, meninas de uma escola, e um menino que colocou fogo em um mendigo. Isso é triste. As páginas dos jornais todos os dias têm mostrado essa violência, agressividade crescente. Por isso, temos que buscar coibir certos brinquedos, porque as indústrias que produzem muitas vezes não medem o alcance que esses têm na sociedade. Apesar de não ser produzido no nosso País, esse brinquedo tem apresentado aspectos negativos.

Há muita falta de preocupação com a nossa juventude. Vemos hoje uma televisão que estimula aspectos negativos cotidianamente, filmes exibidos em horários em que todas as crianças e adolescentes estão assistindo, sem nenhum pudor, sem nenhuma preocupação com o que está sendo transmitido a essas crianças e adolescentes. As novelas são extremamente perniciosas; na sua grande maioria, estimulam para o desvirtuamento do sexo, o que tem sido muito nocivo à sociedade. Tenho dito há muito tempo: temos falhado muito, enquanto sociedade, em permitir que se transfira, em termos de comunicação, a essa juventude toda essa fonte negativa. Isso está revelado nos brinquedos, nas próprias propagandas de brinquedos que vemos na televisão, quando se ensina, por exemplo, uma criança a desrespeitar um professor, aos seus pais ou a não respeitar ninguém, e todos ainda acham bonitinho, interessante. Estamos na fase da deseducação. Os pais procuram educar por um lado e os meios de comunicação, os veículos de propaganda procuram educar em outro sentido, ou seja, o da degeneração, desestruturação da juventude, da família. Isso tudo tem contribuído para essa agressividade crescente na nossa sociedade, para essa desesperança entre os jovens, para esse aumento do número de suicídios entre os jovens, que não divulgam, mas sabemos que é verdadeiro e crescente, lamentavelmente, pela falta de estímulos positivos. O que temos hoje de estímulos são aqueles negativos - são as drogas, são os brinquedos agressivos, são os desvirtuamentos sexuais e a pornografia. Tudo isso está colocado hoje de forma triste, de forma industrial, como refere o colega Vereador, jogado à sociedade, claro, com o objetivo sempre lógico de desestruturação de nossa sociedade.

Temos sido muito omissos com relação a tudo isso. Por isso, temos de procurar fazer com que as entidades da sociedade, todos aqueles que têm responsabilidades e compromissos se manifestem contrários. Nós, no trabalho do Círculo de Pais e Mestres, já fizemos muitas propagandas saírem do ar, já fizemos muitos comerciais serem retirados justamente pelo seu conteúdo negativo para a sociedade. Por isso encaminhamos favoravelmente ao Projeto, porque é uma forma de coibir esses brinquedos negativos às nossas crianças e adolescentes. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Convidamos os Srs. Vereadores para assistirem hoje, à noite, às 20h, a palestra do brasilianista Thomas Skidmore e também, às 8h, na segunda-feira, o início das comemorações dos 225 anos da Câmara Municipal de Porto Alegre, com o hasteamento da Bandeira.

 

O SR. ADELI SELL: Para nós é muito importante a Sessão de segunda-feira, porque faremos uma homenagem ao saudoso Adaucto Vasconcellos.

 

O SR. PRESIDENTE: Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão por falta de quórum.

 

(Encerra-se a Sessão às 12h22min.)

 

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